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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 2, 1-11)

Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser!”.
Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala!”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água.
O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho bom até agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

Celebramos hoje, com muita alegria, a Solenidade de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

A pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, pescada no Rio Paraíba, foi devotamente cultuada pelos fiéis e mostrou-se um sinal concreto do amor e do zelo materno da Virgem Maria com o povo brasileiro. Essa imagem foi pescada com o corpo separado da cabeça, e depois ambos foram unidos. Também nisto, podemos ver um sinal milagroso de Deus. É como se nós, brasileiros, tivéssemos o problema de ter a cabeça separada do coração, e Deus, milagrosamente, quisesse fazer essa união na Virgem Aparecida.

Precisamos entregar o nosso coração a Deus e compreender que a Verdade que Ele revela — cabeça — precisa ser abraçada interiormente. Só assim nossa vida será transformada. A Virgem Maria nos ensina isso no Evangelho de hoje, quando diz nas bodas de Caná: “Fazei tudo que Ele vos disser” (Jo 2, 5). Ou seja, devemos receber e abraçar a mensagem de Cristo.

É comum o brasileiro ser meio avesso à vida intelectual, mas, para fazer o que Deus nos pede, precisamos primeiro entender o que Ele nos diz. Ora, se não usarmos o nosso intelecto para meditar as verdades da fé e não tivermos uma catequese bastante séria, que nos conduza à luz da Verdade, será impossível mudarmos de vida.

Quando conhecemos a Verdade, nossa alma, movida pela graça, aquiesce e busca se configurar a ela. Maria é um exemplo disso, porque, ao ouvir a palavra do Anjo, respondeu humildemente: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38). Certamente, temos de receber a Verdade e meditar sobre ela — o que é um ato da inteligência —, mas é importantíssimo querermos aceitá-la de todo o coração — o que envolve uma adesão da vontade. É dessa forma que Deus deseja fazer com que nós, brasileiros, modifiquemos a nossa índole um pouco passional, de um corpo sem cabeça, que não abraça verdades e se deixa levar por sentimentalismos. 

Não basta recorrermos a Deus baseados somente em nossos sentimentos, pois estes são passageiros e evaporam. Na base do sentimentalismo, nada vai durar, nem mesmo nosso projeto de vida. Portanto, se tivermos realmente uma alma que acolhe a Verdade e depois a abraça com obediência, a cabeça e o corpo finalmente estarão unidos. Por isso, ouçamos a mensagem extraordinária e encantadora de Nossa Senhora Aparecida para o nosso país: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).

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