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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1,57-66)

Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. No oitavo dia foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse.

Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66 E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele.

Nesta novena de Natal, estamos meditando, nestes dias, a “canzoncina à Gesú Bambino”, a “cançãozinha ao Jesus Menino” conhecida como “Tu scendi dalle stelle”, de Santo Afonso Maria de Ligório. E chegamos à última estrofe, a sétima, em que Santo Afonso, dando-se conta de que Jesus veio a este mundo para morrer por ele, percebe que deve amar somente Jesus, e para isso pede o auxílio da Virgem Maria. Desse modo, ele nos dá uma lição de como viver a nossa consagração à bem-aventurada Virgem Maria.

Vamos ler então esta sétima estrofe de Santo Afonso, compreendendo que o santo aqui está verdadeiramente nos colocando numa escola de amor. O amor que você tem por Jesus, obviamente, não é algo perfeito. Então, se, com o seu coração, você não pode dizer que ama somente a Jesus, faça um “transplante” de coração, peça emprestado o Coração da Virgem Maria, e ela amará Jesus por você. Eis o que diz Santo Afonso: “Então, pensas em morrer por mim, ó Deus? E que outra coisa posso eu amar além de ti? Ó Maria, minha esperança, se eu amo pouco a teu Jesus, não fiques indignada; ama-o tu por mim, se eu não sei amar”.

O que é, de fato, a esperança para que chamemos a Virgem Maria de “minha esperança”, “nossa esperança” — “spes nostra”, como diz a “Salve, Rainha”? A esperança é, inicialmente, um sentimento de que você pode superar uma dificuldade e alcançar o bem que deseja. Mas, se formos realistas, logo iremos nos desesperar, porque vemos as muitas limitações que possuímos e as poucas forças que temos para amar a Deus. É nesta situação que o “sentimento-esperança” tem de sair para nascer dentro de nós a virtude da esperança.

A virtude da esperança é a atitude de quem, reconhecendo a própria miséria e limitação, coloca sua confiança em Deus, que virá em auxílio dos que n’Ele esperam. Por isso, devemos recorrer ao exemplo e à intercessão daquela que colocou toda a sua esperança em Deus, a Virgem Maria, Auxiliadora dos cristãos, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Estamos às portas do Natal. O Amor se fez carne, e nós iremos crucificá-lo e rejeitá-lo; mas não podemos abandonar a esperança, a esperança de que Ele — exatamente Ele, rejeitado por nós —, é quem nos dá a força para pararmos de rejeitá-lo. Ele, que não é amado por nós, irá nos dar a força de amá-lo. E Ele quer fazer isso pelas mãos da bem-aventurada e toda santa Mãe de Deus, a Virgem Maria, nossa esperança, nosso socorro.

Que o Natal seja para você verdadeiramente a realização de suas esperanças, e que Deus eleve seu coração fazendo com que ele corresponda ao divino Coração que se encarnou por amor a nós.

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