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Texto do episódio
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O assunto deste episódio vem a calhar neste momento de pandemia, em que muitos estão privados da possibilidade de uma Confissão sacramental. A chamada contrição perfeita pode ser a saída nesse caso particular. Por isso, queremos explicar hoje essa graça especialíssima pela qual todos os nossos pecados são perdoados, inclusive os mortais, mesmo sem o sacramento da Penitência.

De forma didática, podemos tratar o assunto em duas partes: em primeiro lugar, precisamos compreender como deve ser o arrependimento (ou dor) necessário para obter o perdão de Deus sobre nossas faltas. Segundo S. Afonso de Ligório, cinco condições são fundamentais para que um penitente possa recorrer eficazmente à Confissão: a sua dor precisa ser verdadeira, sobrenatural, suprema, universal e confiante [1]. Verdadeira, porque a dor pela ofensa a Deus exige mais do que um sentimento. Tem de ser um ato da vontade pelo qual a pessoa, das profundezas do coração (de profundis), implora ao Senhor o perdão. Precisa ser sobrenatural, porque o pecado gera penas sobrenaturais: a condenação eterna, a perda do céu e a inimizade com Deus. Precisa ser suprema, isto é, “que a pessoa deteste mais o fato de ter ofendido a Deus do que qualquer outro mal que pudesse lhe acontecer” [2]. Precisa ser universal, no sentido de rejeição radical, de uma vez para sempre, de todos os pecados mortais. Finalmente, precisa ser confiante na misericórdia divina, para que o arrependimento não seja um remorso como o de Judas, que não confiou no perdão e, por isso, recorda S. Afonso, “morreu em desespero pendurado em uma árvore”.

Se o arrependimento do pecador não possuir qualquer dessas cinco notas, ele não poderá aproximar-se da Confissão. Se, por exemplo, a pessoa se arrependesse de seus pecados apenas por consequências temporais como danos à saúde ou aos bens; ou não apresentasse um propósito verdadeiro de emenda; ou mantivesse apego a algum pecado, ele jamais poderia receber a absolvição. A esse respeito, conta-se a história de um doente ao qual S. Sebastião pediu a destruição de todos os ídolos que possuía, caso desejasse ser curado. Esse doente, porém, queimou todas as suas imagens, exceto uma à qual estava apegado. S. Sebastião deu-lhe, então, a bênção, mas não o curou. E quando o doente foi procurá-lo por satisfação, o santo reagiu: “De nada adianta queimar vários ídolos se restar um escondido”. Do mesmo modo, os pecadores só não são perdoados porque não renunciam a todos os seus pecados.

Fica claro, portanto, que essa dor pelo pecado não precisa tanto ser sentida quanto querida. É o que afirma S. Afonso de Ligório, ao recordar um princípio de S. Teresa d’Ávila: “Se a alma tem um propósito verdadeiro, e preferiria antes tudo perder a vida que perder a graça de Deus, então se alegre! Porque então ela tem uma verdadeira dor de seus pecados”. 

Resta agora distinguir entre a dor de uma contrição perfeita e a de uma contrição imperfeita. Nesta, a graça sacramental vem em auxílio do pecador que, apesar de arrependido, ainda não demonstra um amor incondicional a Deus. Ele se arrepende porque perdeu o céu e está destinado ao inferno, e não tanto porque ofendeu a Deus, digno de todo o nosso amor, mesmo se não houvesse a vida eterna. Por isso, essa pessoa precisa necessariamente do auxílio do sacramento da Confissão. A pessoa que se arrepende perfeitamente, contudo, apresenta uma contrição formada pela caridade. E, nesse caso, a sua alma é liberta de todos os pecados mesmo sem ter recorrido à Confissão.

O motivo sobrenatural para uma contrição perfeita é este: a ofensa a Deus. A pessoa arrepende-se porque ofendeu a Deus, e só. Não há segundas intenções. Trata-se já de um amor incondicional. Desse modo, a Confissão só é necessária por conta do mandamento de Deus, que nos obriga a contar todos os nossos pecados mortais ao sacerdote (cf. Jo 20, 23). Mas quem recebeu a graça dessa contrição já está perdoado no instante em que recorreu a Deus. E esse perdão acontece porque há uma capacidade de amar a Deus verdadeiramente, de sorte que o pecado não pode mais habitar naquela alma.

Eis aí, portanto, uma grande graça que devemos pedir ao Espírito Santo do fundo de nossos corações. Seja para quem não tem condições de confessar agora, seja para os que têm a possibilidade de recorrer a um sacerdote, a contrição perfeita é sempre desejável, porque configura um tipo de amor que só os santos realmente possuem.

Notas

  1. Todas as citações desta aula foram retiradas deste texto de S. Afonso de Ligório, Instrução ao Povo, II, V.
  2. S. Afonso explica ainda: “Quando dizemos suprema não quer dizer que a dor deva ser acompanhada de lágrimas e de sensibilidade positiva. Basta que esta dor seja um ato apreciativo da vontade”. Porque Deus revelou que aquilo é um pecado grave, eu o detesto veementemente, mesmo que me seja fisicamente prazeroso. A pessoa deve ter a mesma resolução de S. Domingos Sávio: Antes morrer do que pecar.
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