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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
8, 23-27)

Naquele tempo, Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.

Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: "Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!" Jesus respondeu: "Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?" Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. Os homens ficaram admirados e diziam: "Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?

Diante da fragilidade do mundo, chacoalhado por tantas misérias e catástrofes, o espírito humano é levado a perguntar-se: "Onde está Deus? Por que, afinal, não vem em meu socorro?" Assim também os Apóstolos, assustados pela tormenta, clamam ao Cristo que dorme: "Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!" Jesus, porém, antes mesmo de acalmar a tempestade, repreende-lhes a falta de fé e confiança: "Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?" É como se lhes dissesse: "Não vos lembrais de quem vos mandou entrar na barca (cf. Mc 4, 35; Lc 8, 22)? Acaso pensais que Eu não sabia o que havíeis de passar? Por que vos preocupais assim, se estou convosco?" Por isso, diz-lhes ao final: "homens fracos na fé", porque, embora cressem nEle, não se criam amparados; acreditavam, pois, mais na fraqueza agitada do mar do que na força serena de Cristo. "Por que tendes tanto medo?", provoca-os. "Se tivésseis fé, não vos perturbaríeis deste modo, porque nada sucede quer neste quer no outro mundo sem que Eu o tenha previsto e permitido desde toda eternidade".

Não importa por quais sofrimentos estejamos passando, sempre reconheçamos com fé que o Senhor não deseja nem permite coisa alguma que não manifeste a sua bondade e o seu cuidado por aqueles que O buscam: "Sabemos", diz o Apóstolo, "que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios" (Rm 8, 28). Nas dores e dificuldades que Ele nos envia temos de ver um sinal de que é em tais circunstâncias — por piores que pareçam — que Ele nos dá a conhecer o seu amor, provando-nos a fidelidade, pedindo-nos uma fé mais firme, chamando-nos a um abandono mais cego e filial. Entreguemo-nos hoje confiadamente aos braços do nosso Deus e Senhor; rendamos-lhe graças pelas contrariedades em que nos tem posto, porque só Ele sabe de que cruzes necessitamos para, vencidas as tribulações deste desterro, podermos depois triunfar com Cristo Jesus na glória do Céu. Ao final de nossa oração, recorramos à Virgem Maria, Consoladora dos aflitos, e coloquemo-nos humildemente sob o seu maternal cuidado.

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