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Texto do episódio
1171

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11, 25-27)

Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória do Bem-Aventurado Padre Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires.

Quando o Padre Inácio de Azevedo veio ao Brasil e viu as necessidades da nossa terra, partiu em expedição para a Europa, a fim de convencer jovens jesuítas a terminarem sua formação no Brasil. Contudo, no meio da viagem, quarenta derramaram seu sangue, sendo martirizados pelos protestantes. 

É interessante notarmos que, desde o martírio, em 1570, os brasileiros começaram a nutrir uma grande devoção por esses mártires. E o Céu deu um sinal de que aquele sangue não tinha sido derramado à toa, pois logo os jesuítas e evangelizadores do nosso país começaram a notar que os indígenas estavam se convertendo facilmente, de uma forma quase inexplicável. Em 1574, já se celebravam Missas em ação de graças a estes grandes homens, devido ao sucesso evangelizador no nosso país. Mesmo não tendo sido beatificados ainda, o brasileiro já tinha gratidão por estes homens que morreram para que nós recebêssemos o Evangelho. 

Nesse contexto, vemos uma realidade espiritual que as pessoas sem fé católica não entendem: o martírio desses quarenta missionários diante de uma visão meramente humana e mundana foi um fracasso. No entanto, com uma visão católica e sobrenatural, nós vemos que ganhamos enormemente, porque sabemos que, para evangelizar, não basta ter boa retórica. Sabemos que, para converter um coração, é necessária a ação da graça e o nosso oferecimento, unindo-nos ao Cristo crucificado, para que o Evangelho se espalhe pelo mundo todo.

Nesse sentido, o próprio São Paulo disse: “Completo na minha carne aquilo que falta à Paixão de Cristo” (Cl 1, 24). Alguém pode alegar, com razão, que à Paixão de Cristo nada falta. De fato, pois ela é a manifestação do amor infinito de Deus por nós, concedendo-nos a sua graça. No entanto, essa graça precisa ser aplicada à vida das pessoas; e Deus não quer que isso aconteça sem que nós sejamos instrumentos. Por isso, quando nós evangelizamos, estamos sendo instrumentos da graça de Deus. 

Existem várias formas de sermos instrumentos de Deus, mas a mais profunda é quando nos oferecemos como mártires em sacrifício, porque, dessa forma, unimos o nosso amor ao de Cristo, que a todos salva. 

Foi isso que fez Inácio de Azevedo e seus companheiros, vítimas de protestantes fanáticos. Pelo martírio e testemunho deles, derramando seu sangue no mar, eles salvaram milhões de brasileiros, mais do que salvariam se tivessem chegado ilesos ao Brasil. Nós cremos nisso, e por isso temos tanta gratidão e amor por esses quarenta mártires que, ainda hoje, com o sacrifício que realizaram quinhentos anos atrás, intercedem por nós e trazem eficácia à nossa obra evangelizadora.

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