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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 9-13)

Ao passar, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu-o. Depois, enquanto estava à mesa na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se à mesa, junto com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e disseram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os publicanos e pecadores?” Tendo ouvido a pergunta, Jesus disse: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Ide, pois, aprender o que significa: ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores”.

A Deus sapientíssimo, “rico para com todos os que o invocam” (Rm 10, 12), que “apascenta entre os lírios” (Ct 2, 16) e diante do qual “não há distinção de pessoas” (Rm 2, 11), aprouve ornar com a palma do martírio e o lírio da virgindade a santa cuja memória a Igreja hoje celebra, a humilde menina Maria Goretti, que passou por este mundo sem os faustos chamativos de uma vida rica e célebre, mas enriquecida com os dons do Espírito Santo e digna de ser proposta como exemplo de pureza e fortaleza heróica a todos os fiéis, sobretudo aos jovens de ambos os sexos, dos quais não poucos, atraídos pelas vaidades do mundo, temerariamente põem em risco a salvação da própria alma. Grande e estupendo milagre, que admirou o mundo inteiro, foi a coragem de S. Maria Goretti, uma pobre menina vinda de uma família de lavradores que, antes de completar doze anos, preferiu morrer pela castidade a deixar-se inquinar pela impureza de seu algoz. No dia 5 de julho de 1902, resistindo fortemente às violentas insinuações de Alessandro Serenelli, por quem fora tentada mais de uma vez, Maria foi lançada ao chão e apunhalada quatorze vezes. Morreu no dia seguinte em odor de santidade, mas não antes de perdoar ao seu assassino. O povo a proclamou mártir, beata a declarou a Igreja em 1947 e às honras dos altares Pio XII a elevou em 1950. Que o exemplo desta santa menina, cujo pudor heróico mereceu a conversão inclusive de quem a matou, possa sempre nos lembrar que, com o auxílio da graça, podemos viver generosamente todas as virtudes cristãs, hoje tão desprezadas por um mundo que se crê autossuficiente, mas não enxerga a própria impotência para fazer o bem sem Cristo e longe de Cristo [1].

Notas

  1. O texto desta homilia baseia-se em dois documentos da antiga Sagrada Congregação dos Ritos, de 11 dez. 1949 e 12 jan. 1950, assinados pelo seu então prefeito Card. Clemente Micara, nos quais se descrevem os milagres atribuídos a S. Maria Goretti e se dá prosseguimento ao processo de sua canonização (cf. AAS 42 [1950] 312.331).
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