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Memória de Santo André Kim Taegon e companheiros mártires

Sempre disposto a tudo entregar por fidelidade a Jesus, Santo André Kim deixou-nos a preciosa lição de que, se é na cruz do Senhor que nasce a Igreja, é também no padecimento dos membros de Cristo que ela deve crescer e receber o seu vigor.

Texto do episódio
00

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc
7, 31-35)

Naquele tempo, disse Jesus: "Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: 'Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!'

Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: 'Ele está com um demônio!' Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: 'Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores!' Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos".

A Igreja celebra hoje a memória de Santo André Kim Taegon e seus cento e cinquenta companheiros mártires. Trata-se das primícias da fé cristã na Coréia. André Kim Taegon, com efeito, foi o primeiro sacerdote coreano e um santo de grandíssima estatura, como fica claro pelas leituras que a Liturgia das Horas, reproduzindo as suas palavras cheias de amor, hoje nos propõe. De nada nos adiantaria, diz Santo André, e seguir vivendo se não fosse para amar a Nosso Senhor e alcançar o Reino dos Céus; não tiraríamos proveito nem mesmo de ter entrado na Igreja e recebido o Batismo, se depois traíssemos, com nosso pecado e infidelidade, Aquele de cujo lado nasceu a Igreja e brotaram os sacramentos. Devemos, sim, estar dispostos a tudo suportar para não negar a Cristo. Porque se Cristo fundou a Igreja com sua morte na cruz, a Igreja não pode crescer senão pelos padecimentos de seu Fundador, que se perpetuam e completam, geração após geração, nos que foram predestinados a ser membros de seu Corpo. Quando vividos por caridade e em união ao Senhor crucificado, os nossos sofrimentos são úteis e dão frutos, tornam-se uma riqueza espiritual de que nós, infelizmente, tantas vezes fazemos pouco caso, porque, fracos na fé e apegados ao comodismo, fugimos à dor e à contrariedade. Se crêssemos em verdade que o martírio não é uma derrota, mas a maior honra que um fiel pode receber nesta vida, não nos inquietaríamos com as pequenas dificuldades da vida ordinária; antes, sentiríamos aquela pressa esperançosa dos que, por puro amor, mortificam a própria carne para unir-se à cruz de Cristo e recebem de braços abertos as dores que fazem crescer a santa e indefectível Igreja Católica.

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