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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
10, 7-13)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento.

Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz".

Celebramos, neste dia 11 de junho, a memória de São Barnabé, levita que, embora não fizesse parte do Colégio Apostólico, foi justamente coroado com o título de Apóstolo de Jesus Cristo. Natural de Chipre, ilha grega próxima a Israel, Barnabé recebeu dos pais, judeus em diáspora, o nome de José. Como porém tivesse vendido todos os seus bens — as Escrituras nos falam de um campo — para proveito dos primeiros cristãos de Jerusalém, os Apóstolos passaram a chamar-lhe Barnabé. Este sobrenome, cuja origem aramaica significa "filho do profeta", passou a ser interpretado pelos fiéis como "filho da consolação", υἱός παρακλήσεως (cf. At 4, 36). Provável integrante dos Setenta e Dois Discípulos (cf. Lc 10, 1-24), Barnabé teve o importante papel de apresentar São Paulo, com quem deve ter-se instruído aos pés do rabi Gamaliel (cf. At 22, 3), fariseu e sinedrita (cf. At 5, 34), aos demais Apóstolos, contando-lhes como o futuro evangelizador dos gentios "vira o Senhor no caminho" (At 9, 27) para Damasco.

Após a dispersão que se instalara já no tempo de Santo Estêvão (cf. At 11, 19), Barnabé foi enviado à comunidade de Antioquia da Síria, onde pôde admirar a força espantosa da graça de Deus (cf. At 11, 23); "homem de bem e cheio do Espírito Santo", dirigiu-se em seguida para Tarso, numa viagem extenuante de quase cem milhas e meia, à procura do amigo Saulo, trazido às pressas para a cidade em que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus "foram chamados pelo nome de cristãos" (At 11, 26).

Deste momento em diante, Barnabé começa a ceder a Paulo, com franca humildade, o protagonismo que até então lhe atribuíra a Escritura: é, pois, como "Paulo e Barnabé", e não mais "Barnabé e Saulo" (cf. At 11, 30; 12, 25; 13, 2.7) que o Texto Sagrado passará a designar a dupla de missionários (cf. At 13, 43.46.50; 15, 2.22.35). Este empreendimento apostólico, no entanto, chegou ao fim quando da segunda viagem de Paulo. Como o Apóstolo das gentes se opusesse a que o companheiro levasse consigo João, "que tinha por sobrenome Marcos" (At 15, 37), houve um tal desentendimento que os dois decidiram separar-se um do outro: Barnabé voltou juntamente com Marcos para Chipre (cf. At 15, 39), onde, segundo a tradição, recebeu a palma do martírio.

Embora não desçam a minúcias a seu respeito, as Escrituras nos permitem entrever, pelo que contemplamos em suas ações e trabalhos, as insignes virtudes que ornaram alma deste grande núncio do Evangelho. Em primeiro lugar, a generosidade de entregar à Igreja e aos necessitados tudo o que possuía; em segundo, o zelo apostólico de levar aos povos pagãos a luz de Cristo Senhor; em terceiro lugar, a humildade de reconhecer sua insuficiência para, sozinho, dar conta da imensa tarefa de cristianizar multidões; por fim, o fraterno companheirismo que, mesmo em meio às diferenças de opinião e temperamento, fê-lo beneficiar-se da santa amizade de São Paulo, a quem soube entregar as glórias do seu apostolado. Que São José Barnabé, Filho da Consolação, interceda hoje por cada um de nós e nos ensine a imitar as virtudes que o levaram a derramar, por amor ao nome de Jesus, o próprio sangue!

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