Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10, 1-7)
Naquele tempo, chamando os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou esses doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aos territórios dos pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! No vosso caminho, proclamai: O Reino dos Céus está próximo”.
No dia em que celebramos a memória de S. Bento, pai da civilização ocidental, a Igreja proclama o Evangelho em que Cristo escolhe os doze Apóstolos e os envia em missão, dando-nos a entender que também o monge de Núrsia há de ser contado entre aqueles homens da Providência que, de tempos em tempos, Deus envia como pastores zelosos ao povo fiel. A época em que viveu S. Bento, como sabemos, foi particularmente difícil: o Império Romano do Ocidente havia caído, Roma encontrava-se em ruínas e as poucas raízes que o cristianismo pudera lançar na cultura e nos corações não eram ainda profundas o bastante. Era preciso, com efeito, que o Evangelho triunfasse de uma vez para sempre sobre os costumes e superstições introduzidas pelas hordas bárbaras no mundo europeu. A fim de levar a cabo essa missão, Deus fez surgir S. Bento, que para militar nas fileiras de Cristo rompeu toda relação com este século, dedicando-se inteiramente à vida contemplativa e à instrução de muitos, inspirados em seu exemplo, no caminho da santidade. Com sua Regra, ele fez a Europa germinar em mosteiros e abadias, novo sal e nova luz para um mundo insípido, porque privado da graça, e cego, porque ignorante da doutrina cristã. Que também nós, nestes tempos conturbados em que a erva daninha do antigo paganismo parece voltar a sufocar o trigo bom do Evangelho, possamos seguir o exemplo de S. Bento de Núrsia e, buscando em tudo a santidade, recristianizar o mundo, redimido por Cristo e conquistado ao preço de seu Sangue.
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