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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Memória de São Francisco de Assis

É apenas quando nos desprendemos dos bens da terra que podemos, tendo a Cristo como nossa única riqueza, fazer realmente o bem aos outros e levar o maior tesouro que possuímos nesta vida: o Evangelho e a luz da fé.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc
9, 57-62)

Naquele tempo, enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: "Eu te seguirei para onde quer que fores". Jesus lhe respondeu: "As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". Jesus disse a outro: "Segue-me". Este respondeu: "Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai". Jesus respondeu: "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus". Um outro ainda lhe disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares". Jesus, porém, respondeu-lhe: "Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus".

Celebramos hoje a memória de S. Francisco de Assis, cujo coração transbordante de caridade transfigurou-se de modo extraordinário a Cristo crucificado. Foi justamente o seu amor ardente por Nosso Senhor que lhe mereceu o título de Seráfico: Francisco assemelhava-se, de fato, a um serafim que, contemplando o rosto de Deus, não pode não se abrasar diante da amorosa majestade do Altíssimo. Tendo vivido apenas quarenta anos, o poverello de Assis representou um capítulo decisivo e marcante na história da Igreja. Em sua época, com efeito, eram grandes e recorrentes as disputas entre os poderes temporal e eclesiástico: o primeiro arrogando-se o direito de nomear bispos e abades e, desta forma, tomar as altas "fileiras" da hierarquia; o segundo tentando livrar-se da ingerência perniciosa de almas interessadas mais em lucrar o mundo do que o céu. Embora estas embates só tenham chegado a termo com o Concílio de Trento, a mensagem de S. Francisco, em pleno século XIII, foi já a resposta para este conflito: é preciso determinar-se a seguir, com a radicalidade do Evangelho, a Cristo pobre e sofredor. É apenas quando um cristão vive, de modo pessoal, a pobreza como um valor e o desprendimento dos bens temporais como uma meta que Deus encontra espaço para reinar-lhe no coração. A pobreza franciscana é, pois, o segredo da verdadeira riqueza, que é o amor de Cristo, pelo qual vale pena vender tudo o que se tem com grande alegria. Que também nós, pela intercessão de S. Francisco de Assis, possamos descobrir o tesouro de Cristo e, fazendo de nossa alma uma humilde manjedoura em que ele deseje habitar, tenhamos a caridade ardente dos anjos e serafins.

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