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Nossa Senhora e a visita de Deus às Américas

Deus não fez com nenhuma outra nação o que fez com os povos americanos ao manifestar, pela aparição da Virgem de Guadalupe, sua predileção pelo Novo Mundo, chamado a ser farol do Evangelho para a terra inteira.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1, 39-47)

Naqueles dias Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Então, Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas. É importante notar que esta aparição da Virgem Maria tem algo de especialíssimo entre todas as outras aparições marianas ao longo da história da Igreja, porque esta deixou um documento “fotográfico” de sua aparição. 

Em 1531, na Cidade do México, a tilma do índio São Juan Diego — uma espécie de xale — foi apresentada ao bispo. A túnica continha rosas de Castilla, e, quando o índio a abriu, começou a desenhar-se nela a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Trata-se de uma “fotografia” instantânea e milagrosa de uma aparição mariana. Certamente, várias aparições deixaram milagres, marcas e provas, mas uma imagem, pintada milagrosamente, da própria Virgem Maria foi algo tão extraordinário, que até hoje os cientistas não sabem explicar como ela foi pintada. Com todos os recursos da ciência moderna, eles não compreendem que elemento é aquele presente na tintura, já que não é de origem mineral, vegetal ou animal.

Realmente, a imagem de Guadalupe é algo especialíssimo, e os Céus, no início da história da evangelização das Américas, quiseram mostrar predileção para com o nosso continente, a fim de que começássemos a nossa história sob o manto sagrado de Nossa Senhora. Através de recursos computadorizados, foi possível estender as estrelas que estão no manto da Virgem Maria e perceber uma fotografia do céu das Américas no momento da aparição e, do lado esquerdo do manto, num lugar perto do coração, está o céu do Brasil. 

Nossa Senhora de Guadalupe é um sinal claríssimo da visita de Deus ao nosso continente, de tal forma que nós podemos dizer, como Santa Isabel no Evangelho que é proclamado hoje: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lc 1, 43). A Virgem Maria veio ao nosso encontro mostrando predileção por nós, por isso devemos ser eternamente agradecidos a ela e a Deus. 

Quando, no século XVIII, uma cópia da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe foi apresentada ao Papa Bento XIV, que era um grande especialista em milagres e na causa de canonização e beatificação de santos, ele ficou admirado com o milagre da imagem da Virgem Maria e, em meio a lágrimas, recordou o Salmo 147: Non fecit taliter omni nationi, “Deus não fez assim com todos os povos”. Ou seja, Cristo manifestou sua predileção e seu amor especial para com os povos das Américas. Mas há um motivo para isso: possuímos uma grande vocação sobrenatural. Nós temos o dever de manter acesa a chama da verdadeira fé católica neste mundo, onde a apostasia parece avançar cada vez mais.

Peçamos, portanto, que a Virgem Maria, que derrotou sozinha todas as heresias, esmague a cabeça da serpente em nosso continente e conceda-nos a graça de sermos fiéis à nossa difícil mas bela vocação.

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