CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

Aproveite a maior promoção do ano!

Descontos regressivos:
quanto antes você assinar, maior o desconto. A partir de 45% na assinatura anual.

  • Descontos diminuem com o tempo;
  • Quanto antes você assinar, maior o desconto;
  • 50 cursos à sua disposição;
  • Biblioteca de livros digitais para complementar seus estudos;
  • Acesso a transmissões exclusivas para alunos;
  • Participação no programa Studiositas;
  • Condição especial na compra dos livros da Editora Padre Pio;
Assine agora
  • 40
  • 41
  • 42
  • 43
  • 44
  • 45
Texto do episódio
01

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 5-13)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário.

Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”

Perseverança na oração (cf. Lc 11, 5-9; Mt 7, 7).a) Imagem. Um certo homem acolheu um amigo que viera procurá-lo de noite; mas, como não tivesse nada com que alimentá-lo, acudiu a um vizinho para pedir alguns pães emprestados. O vizinho, porém, respondeu de dentro de casa: Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos (não servos, como queria S. Agostinho, mas filhos: παιδία) e eu já estamos deitados (não, necessariamente, no mesmo leito, mas simplesmente no mesmo quarto). — Mesmo que o outro, isto é, o vizinho que está deitado, não se levante para dá-los porque é seu amigo, ou seja, por amizade, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência (ἀναίδειαν = “impudência”, isto é, “inoportunidade”) dele e lhe dará quanto for necessário, quer dizer, todos os pães que o outro pedir.

b) O sentido espiritual flui espontaneamente do contexto. Com estas palavras, o Senhor ensina e recomenda a perseverança na oração. Por isso, acrescenta: Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto, o que se deve entender não como três pedidos, mas como oração constante e incansável. “Deus quer que lhe rezem; quer ser coagido; quer, de certo modo, ser vencido pela nossa impertinência” (S. Gregório). “O que não queria dar o que se lhe pedia, deu o pedido porque não se cansou o outro de lho pedir. Quanto mais não dará o bom Deus, que nos exorta a que peçamos, a quem desagrada quando não pedimos?” (S. Agostinho) [1].

Dubium: As palavras pedi, procurai e batei contêm um preceito ou um simples conselho? — Resp.: 1) Parece indicar um conselho o fato de Jesus, para recomendar a prática da oração, apele para o prêmio, que é receber o que se pede. — 2) No entanto, é mais provável que se trate de um preceito, devido à forma imperativa (pedi etc.) dos verbos, à insistência com que se reitera a mesma ideia e à ameaça implícita: quem não pede tampouco recebe.

Confiança na oração (cf. Lc 11, 9-13; Mt 7, 7-11). — Para convencer ainda mais os seus ouvintes desta doutrina e movê-los a pôr em prática estes ensinamentos, o Senhor passa a falar da eficácia da oração. — V. 10. Quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. Acontece muitas vezes de não recebermos o que pedimos, a) ou porque pedimos sendo maus (mali), b) ou porque pedimos mal (male), c) ou porque pedimos coisas más (mala): “Ora, Senhor é bom, porque frequentemente não nos dá o que queremos, para dar-nos o que deveríamos querer” (S. Agostinho).

V. 11s. Em seguida, corrobora essa mesma doutrina sobre a eficácia da oração com um exemplo a minori ad majus, tomado da vida ordinária. Quem, por exemplo, daria a um filho que pede pão, peixe ou ovo (comidas muitíssimos comuns na Palestina) uma coisa inútil ou perigosa como uma pedra, uma cobra ou um escorpião? Cristo escolhe estes exemplos, porque são de certo modo parecidos, em aparência, com aqueles alimentos, mas muito diferentes em natureza. — Existem muitas espécies de escorpião; mas na Palestina os mais comuns são brancos, não muitos diferentes, em tamanho e forma, de um ovo.

V. 13. Ora, se vós que sois maus, isto é, inclinados por natureza ao mal, carregados de muitos pecados ou, também, maus por comparação com Deus, que é o único Bom e bondade por essência, sabeis dar coisas boas (gr. δόματα; lt. dona) aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo (πνεῦμα ἅγιον = os dons do Espírito Santo, a virtude etc.) aos que o pedirem [2].

Referências

  1. Ouça-se uma vez mais o que diz S. Agostinho: “Mas, de novo, pode perguntar-se […]: por que é necessária a própria oração, se Deus já sabe o que nos é necessário, senão porque a intenção mesma da oração serena o nosso coração, purifica-o e torna-o mais eficaz para receber os dons divinos, que nos são espiritualmente infusos? Não é pois pela ambição das preces que nos ouve Deus, que sempre está disposto a dar-nos sua luz, não a visível, mas a inteligível e espiritual; somos nós que não estamos sempre dispostos a receber, por nos inclinarmos a outras coisas, presos nas trevas do desejo dos bens temporais. Que haja, portanto, na oração a conversão do coração àquele que sempre está preparado para dar, se nós mesmos quisermos receber; e haja nesta mesma conversão a purificação do olho interior, quando se dissipam os bens temporais que se desejavam, a fim de que o coração tenha força para receber a luz simples da divindade, que fulge sem nenhum ocaso ou mudança; e não só receber, mas nela permanecer não apenas sem incômodo, mas também com inefável alegria, que é nisto que consiste verdadeiramente a bem-aventurança” (De Serm. II 2, 14).
  2. Tradução adaptada de H. Simón, Prælectiones Biblicæ. Novum Testamentum. 4.ª ed., iterum recognita a J. Prado. Marietti, 1930, vol. 1, p. 322ss, n. 218.
Material para Download

O que achou desse conteúdo?

Mais recentes
Mais antigos
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos