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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17, 11-19)

Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.

Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

Hoje, enquanto caminha a Jerusalém, o Senhor cura a dez leprosos, dos quais só um, samaritano, volta para agradecer-lhe o favor recebido. O episódio se centra, obviamente, na virtude da gratidão e nos permite recordar que um dos principais gestos que devemos ter para com Deus é a ação de graças. Como sabemos, o culto a Deus, para ser completo, tem de englobar quatro tipos de ações, levadas por Cristo à perfeição durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, em seu sacrifício no Calvário: (a) a adoração, pela qual reconhecemos a majestade infinita de Deus; (b) a ação de graças, pela qual agradecemos os benefícios que dele recebemos; (c) a intercessão, pela qual pedimos novas graças e auxílios; e (d) a reparação, pela qual buscamos compensar, na medida de nossas possibilidades, os pecados cometidos por nós e pelo nosso próximo. Ao nosso culto a Deus não deve faltar, pois, nenhuma dessas ações: não podemos nem só pedir, porque desvirtuaríamos a finalidade da oração, convertendo-a em um tipo de “sortilégio” para conseguir o que queremos, nem só reparar, porque assim tenderíamos a sobrevalorizar nossas próprias forças e a desacreditar da misericórdia divina. Toda a nossa vida espiritual deve estar permeada, sempre, de um profundo espírito de adoração e de uma constante ação de graças: Deus é imenso, digno de ser adorado e querido, não por aquilo que nos dá, mas por aquilo que Ele mesmo é, infinitamente bom e amável — “Nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por vossa imensa glória”. Que, a partir de hoje, não falte às nossas orações aquele espírito de gratidão que, como lemos no Evangelho de hoje, tanto alegra o Coração de Cristo. Não sejamos como os pagãos, que querem comerciar com Deus, mas como filhos, que se alegram do Pai que têm e que os ama sem medida.

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