Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 6, 27-38)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles.
Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim. E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca.
Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória do Santíssimo Nome da Bem-Aventurada Virgem Maria.
O nome de Nossa Senhora merece veneração, tanto é que a própria liturgia da Igreja prescreve que, ao nome de Maria, devemos inclinar a cabeça. Entretanto, a veneração da Igreja pelo nome de Maria não parte da própria Igreja, mas de Deus. Ora, ao longo da história de dois mil anos, Deus provou que escuta nossas orações de forma eficaz quando invocamos o nome de Nossa Senhora. Logo, não somos só nós que honramos o nome de Maria; é Deus quem está honrando porque, quando ouve esse nome, Ele se derrama a nós por meio de graças especialíssimas.
Entre tantas ajudas e proteções que conseguimos ganhar ao clamarmos o nome de Maria contra os ataques do diabo — e os exorcistas são muito enfáticos em dizer que, diante do nome de Nossa Senhora, os demônios tremem —, as invocações mais especiais são aquelas relacionadas à virtude da castidade, como súplicas para conseguir ser puro e casto.
No livro As Glórias de Maria, Santo Afonso Maria de Ligório deduz que o nome de Maria está ligado à castidade porque São Lucas, ao narrar a concepção de Jesus e a visita do Anjo, diz: “O nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27). Logo, por Nossa Senhora ser virgem, seu nome está vinculado à súplica especialíssima pela vivência da pureza de coração e da castidade. Os santos até recomendam que, se quisermos combater o pecado e obter de Deus a graça da castidade, o nome de Maria nunca deve sair dos nossos lábios. Santo Afonso diz assim:
Depois do nome de Jesus, nenhum outro há no qual resida socorro e salvação para os homens como no excelso nome de Maria; especialíssima, como todos sabem, é a sua força para vencer as tentações contra a castidade. Isso experimentam os devotos de Maria todos os dias. Semelhante pensamento deduz Ricardo das palavras de São Lucas: “O nome da virgem era Maria”. Falo para nos dar a entender que o nome da Puríssima Virgem é inseparável da castidade.
Então, devemos ter devoção ao nome de Maria durante a vida, pedindo sobretudo o dom da castidade. Mas também devemos tê-la na hora da morte, ou seja, precisamos pedir a Deus a graça de morrer pronunciando o nome de Maria e de Jesus. Inclusive, São Camilo de Lélis, um santo que se dedicava a cuidar de moribundos em um hospital, invocava sempre o nome de Maria e de Jesus ao cuidar dos doentes.
Portanto, no dia de hoje, agradeçamos a Nossa Senhora por todas as bênçãos que ela nos proporciona ao invocarmos seu bendito nome, recitando esta oração de Santo Afonso:
Ó minha Mãe querida, ó meu amado Jesus, fazei que vivam sempre, em meu coração e no de todos, os vossos dulcíssimos nomes; todos os mais se apaguem da minha memória para que ela só se recorde e só invoque os vossos nomes venerados. Ó Jesus, meu Redentor, ó Maria, minha Mãe, quando chegar o meu último momento, quando a minha alma estiver para sair desta vida, concedei-me pelos vossos merecimentos essa graça tão grande. Que minhas últimas palavras sejam: “Eu vos amo, Jesus e Maria. Jesus e Maria, eu vos dou o meu coração e minha alma.
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