Resolvidas as controvérsias acerca da Santíssima Trindade nos Concílios de Niceia e de Constantinopla, a Igreja se confrontou, no século V, com a questão de como o Filho, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, operou a salvação da humanidade através da Encarnação.
Antes mesmo do século V, duas heresias já anunciavam o conflito que culminaria com os grandes Concílios de Éfeso e de Calcedônia.
A primeira, chamada adocionismo, que teve como locutor principal Paulo de Samósata, afirmava que Jesus era um simples homem mas, elevado por Deus a um estado de graça singular, fora "adotado" pelo Pai. Com isso se dava uma grande ênfase na distinção das naturezas, a ponto de separá-las completamente.
A segunda heresia, o apolinarismo, era o oposto da primeira: enfatizava a tal ponto a união entre as naturezas, que acabava atenuando ou até suprimindo uma delas. Apolinário ensinava que o Verbo não tomou do homem "senão o corpo e a alma animal, substituindo a alma espiritual pela divindade" [1]. Ou seja, a humanidade de Cristo seria uma espécie de "fantoche" de Deus.
Essas duas heresias deram origem a duas tendências teológicas: a primeira, em...