A aula passada contemplou alguns aspectos da vida monástica. Nesta, se pretende caminhar em direção ao 5º século, no qual ocorreram as grandes controvérsias cristológicas, que culminaram nos concílios de Éfeso, em 431 e Calcedônia, em 451.
Para compreender a transição entre uma e outra época é preciso volver o olhar para algo que estava apenas nascendo: o Império Bizantino. Oficialmente, naquele tempo não se chamava “Império Bizantino", posto que esse termo foi criado pelos historiadores para descrever os mil anos em que o Império Romano do Oriente assumiu algumas características próprias.
Quando o Império Romano era centrado em Roma, possuía características mais jurídicas, racionais, práticas e militares. A mentalidade romana era muito simples, reta, prática, sem grandes paixões. A diferença entre o romano do ocidente e do oriente é visível até hoje por meio da liturgia. O cânon romano é mais seco e preciso, já o oriental é mais poético, escrito para fazer surgir devoção, mais emocional.
O espírito bizantino caracteriza-se por uma mistura de três ingredientes: 1. a mentalidade romana que influenciou e entrou no Império Bizantino; 2. o...