Façamos um breve resumo da pregação anterior antes de entrarmos nesta nova matéria. Vimos que precisamos dedicar-nos radicalmente à oração íntima para chegarmos até as Terceiras Moradas do castelo interior. As Primeiras Moradas correspondem à entrada no castelo, ou seja, ao estado de graça que se adquire com o Batismo ou com a absolvição na Confissão. As Segundas Moradas dizem respeito àquelas almas que se decidiram pela vida de oração, ainda que isso muito custe. Finalmente, nas Terceiras Moradas habitam as almas que começaram a ordenar suas paixões e afetos na direção das bem-aventuranças, buscando uma vida séria de oração, ascese e apostolado.
Nas Terceiras Moradas, a alma sofre uma espécie de estancamento e não consegue mais avançar para as fases posteriores. Essa alma já adquiriu um nível razoável de virtudes, mas continua a procurar as próprias vontades. Trata-se de um período deplorável de oscilações e contrariedades, que causam à pessoa uma verdadeira aflição de ânimo. “Dar-lhes conselho é inútil”, explica Santa Teresa, “pois há anos trilham o caminho da virtude” e “acham que podem ensinar aos outros e que têm razão de sobra para sentirem tanto seus males”...