Do que aprendemos até agora sobre a “engenharia da santidade”, resta-nos a certeza de que a Igreja precisa urgentemente de um novo movimento de busca pela santidade, que corresponda aos auspícios do Concílio Vaticano II. Porque a santidade não é o luxo de alguns cristãos mais elevados, mas algo que deve estar presente na vida comum de todas as pessoas, como resposta ao grande amor de Deus pela humanidade. Ele, que enviou seu Filho único para nos ensinar o caminho para a vida, não espera de nós, cristãos de todas as condições, menos que isto: que sejamos santos da cabeça aos pés: “cristãos de verdade, autênticos, canonizáveis” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 1, 5).
A Igreja sempre acreditou no “chamado universal à santidade”. Nos últimos séculos, porém, essa convicção acabou desaparecendo do horizonte de muitos cristãos, seja por influência de uma má teologia, que reservava o caminho da mística apenas aos religiosos, seja por heresias como o jansenismo, que muito limitava a esperança das pessoas sobre a própria salvação. O fato de que grande parte dos cristãos não é santa também contribuiu para que se julgasse a vocação à perfeição como algo de...