O Batismo confere ao ser humano um organismo sobrenatural ou espiritual, cujo desenvolvimento depende necessariamente do alimento da fé, a saber: a oração e os sacramentos. Se, contudo, o homem peca gravemente, esse mesmo organismo é ferido mortalmente, pelo que a alma necessita de um “reavivamento”, por assim dizer, que lhe traga de volta a vida sobrenatural perdida com o pecado. Disso provém a urgência do sacramento da Penitência, por meio do qual o homem pode recuperar a graça santificante, acusando-se de todas as faltas graves de que se recorda — o que pressupõe um bom exame de consciência —, com verdadeiro arrependimento e firme propósito de nunca mais pecar.
À primeira vista, o propósito de “nunca mais pecar” pode parecer exagerado. Todavia, nenhum homem promete à sua esposa “esforçar-se” para não cair em adultério. Ele promete não cair. Do mesmo modo, temos de manifestar a firme decisão de cumprir a vontade de Deus em todas as ocasiões, mesmo nas mais adversas, pois o pecado nunca pode ser uma opção aceitável. De fato, o pecado é, e sempre será, um obstáculo à salvação, de modo que ninguém pode salvar-se em estado de pecado mortal.
O Concílio de Trento...