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Texto do episódio
1046

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 6, 52-59)

Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.

Estamos agora na parte mais importante do discurso eucarístico de Jesus, que é a substância de tudo aquilo que Ele quer nos ensinar sobre a Eucaristia.

No Evangelho de hoje, Jesus diz: “Porque a minha Carne é verdadeira comida e o meu Sangue, verdadeira bebida”. Esse versículo escandalizou ao longo dos séculos aqueles que têm pouca fé; sobretudo os que querem adaptar a doutrina da Igreja de dois mil anos. Pois bem, observando o conflito histórico entre Jesus e os judeus, podemos perceber um prenúncio do conflito perene, que se estende ao longo dos séculos, entre a doutrina da Igreja e o pensamento dos incrédulos. 

Os judeus discutiam entre si sobre como Cristo poderia dar a sua Carne a comer. Ora, se um teólogo moderno escutasse isso, ele provavelmente responderia arrogantemente: “Como é possível que vocês, judeus, não entendam a metáfora de que o pão simboliza o Corpo de Cristo e o vinho o Sangue de Cristo? Para que esse escândalo?”.

Jesus, entretanto, responde de uma forma bem diferente. Ele diz: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6, 53). Percebam que Cristo, ao invés de amenizar o escândalo dos judeus, Ele “pisa mais fundo” e enfatiza: “É verdadeira comida, é verdadeira bebida” (Jo 6, 55). A Eucaristia, portanto, é a pedra de tropeço que distingue a fé cristã e católica de outras crenças que se acham cristãs, mas que selecionam o que lhes convém do que Jesus diz.

A Igreja, há dois mil anos, defende a fé eucarística, segundo a qual nas espécies do pão e do vinho estão presentes o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Como explicamos essa fé teologicamente? Bem, temos explicações teológicas maravilhosas como a de Santo Tomás de Aquino sobre a “transubstanciação”, que foi adotada oficialmente pela Igreja. Contudo, querer explicar teologicamente sem antes crer é o erro de muitos teólogos modernos, que querem continuar na sua incredulidade, como os judeus do Evangelho de hoje, que não têm fé na Eucaristia e, escandalizados, não conseguem uma explicação. Já aqueles que crêem verdadeiramente em Cristo, encontram nele a salvação e a vida eterna.

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