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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12, 8-12)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer”.

O Senhor revela hoje qual é consequência de testemunharmos o seu Evangelho: quem dá testemunho do Filho do Homem, diz Ele, é levado diante dos tribunais, dos magistrados e das autoridades; mas o nosso coração não deve preocupar-se com isso, pois naquele momento, quando formos postos à prova, o Espírito Santo nos ensinará o que havemos de dizer. Ora, no Evangelho de ontem, o Senhor dizia-nos que devemos confiar totalmente em Deus, que tem contados todos e cada um dos nossos fios de cabelo e nos estima mais do que a muitos pardais; no Evangelho de hoje, porém, Ele diz que seremos perseguidos e odiados pelo mundo. Como compreender, afinal, essa aparente “contradição” entre estar sob o amparo do Pai, de um lado, e estar sujeito, de outro, às maquinações dos poderosos da terra, dispostos a varrer do mapa o nome cristão? É o Apóstolo S. Paulo quem mais uma vez nos responde: “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28), sobre os quais Ele estende uma providência especial. E quem são estes que amam a Deus? Aqueles que foram justificados (cf. Rm 8, 30), isto é, que receberam o dom da graça santificante e, com ela, a caridade infusa, que é precisamente o amor de amizade que nos torna familiares de Deus, filhos adotivos do Pai e irmãos em Cristo Jesus. Se, portanto, nos encontramos em estado de graça — em verdadeira amizade com Deus —, não há nada que não nos resulte proveitoso: Omnia in bonum, inclusive uma doença, a morte de um ente querido, um período de dificuldades, a carência de uma necessidade. Isso não significa que tudo o que nos acontecer será bom em si mesmo, mas que Deus o converterá em um bem para nós, ou seja, em algo útil para a nossa santificação e salvação. Se temos, pois, a alegria de estar em graça, não podemos nunca pôr em dúvida que os mais mínimos detalhes do nosso dia-a-dia são cuidados especialíssimos de Deus, preparados por Ele com grande amor e pensados desde a eternidade como meios de nos aproximarmos mais e mais do nosso fim último: a glória do céu. Que possamos andar neste mundo cheios de santa alegria, dispostos a abraçar tudo o que nos estiver reservado, porque se amamos a Deus, todas as coisas hão de concorrer para o nosso maior bem.

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