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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12,8-12)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer”.

Com grande alegria celebramos hoje a memória de Santa Margarida Maria Alacoque, vidente do Sagrado Coração de Jesus. Margarida Maria foi uma monja visitandina que viveu no séc. XVII e faleceu em 1690, com apenas 43 anos.

Na infância, Margarida teve uma vida bastante comum, sem acontecimentos especiais. O pai morreu quando ela ainda era muito jovem, razão por que foi morar com a mãe na casa de um tio. Como tiveram de mudar-se várias vezes e passaram necessidades, as duas sofreram várias humilhações. Depois de um tempo, ela finalmente conseguiu realizar o desejo de entrar para as visitandinas.

Aos 26 anos, no dia da festa de São João Evangelista, quando estava recolhida diante do Santíssimo, Margarida recebeu a graça de uma manifestação visível de Jesus. É interessante notar que isso ocorreu no dia de São João Evangelista, o discípulo que reclinou a cabeça sobre o coração de Nosso Senhor na Última Ceia. Jesus deu a Santa Margarida Maria, monja de 26 anos, a graça de reclinar também a sua cabeça no seu Sagrado Coração. Assim começou uma série de manifestações de Jesus. Dois anos depois, em 1675, na Oitava de Corpus Christi, Jesus apareceu-lhe mostrando o Coração, semelhante à imagem conhecida por todos: Cristo com seu Coração exposto, do qual sai uma uma chama abrasadora de amor, mas também com um Coração coroado de espinhos, transpassado pela lança e encimado pela cruz. Ao mostrar seu Coração a Santa Margarida Maria, Nosso Senhor disse-lhe: “Eis o Coração que tem amado tanto aos homens, a ponto de nada poupar e até de exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor; e, em reconhecimento, não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

Portanto, quando olharmos para uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, a primeira coisa que precisamos entender é que ela é uma tentativa de retratar em imagem a aparição de Jesus a Santa Margarida Maria. Ao apontar para seu Coração, Jesus está dizendo que precisamos prestar atenção em duas coisas: 1) o amor: “Eis o coração que tem amado tanto os seres humanos”; 2) e o sofrimento de seu Coração, que só recebe ingratidão e desprezo de nós. Essa é a principal mensagem do Sagrado Coração de Jesus: “O Amor não é amado”, como São Francisco de Assis repetia constantemente em lágrimas.

Embora Deus seja amor infinito, temos dificuldade de compreender que Ele nos ama. Por isso Ele se fez homem para, com uma alma humana, nos amar infinitamente. O Amor se fez carne e habitou entre nós; o Amor se fez humano para nos amar com um amor e um Coração humanos, isto é, para que o amor divino pudesse existir numa alma humana , e assim entendêssemos melhor o quanto Deus nos quer.

Aqui está a realidade da primeira mensagem do Sagrado Coração de Jesus: nós precisamos crer no amor infinito com que fomos amados. Com essa certeza de fé, nossa reação não pode mais ser de indiferença e ingratidão. Se somos indiferentes e ingratos, é porque não temos fé suficiente, ainda não acolhemos a primeira parte da mensagem.

Se vamos ao sacrário visitar Jesus no Santíssimo Sacramento e o fazemos com frieza e indiferença, como se estivéssemos diante de um objeto inanimado, como se o sacrário fosse um armário, não estamos tendo a fé necessária para saber que está ali uma Pessoa divina que, com vida também humana, ama a cada um de nós em labaredas de amor.
No Santíssimo Sacramento está Deus feito homem, vivo e amoroso, mostrando o seu Coração. Ele quer que, como São João, reclinemos nossa cabeça em seu peito para dizer: “Jesus, eu reconheço o vosso amor, eu quero amar-vos de volta”. Peçamos a Nosso Senhor que nos dê a graça de sermos curados de toda indiferença e ingratidão por meio de uma fé verdadeira, firme e inabalável, a fim de que brote dentro de nós uma prontidão, uma devoção para corresponder ao amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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