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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo
6, 16-21)

Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.

Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.

Soprava um vento forte e o mar estava agitado. Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo.

Mas Jesus disse: "Sou eu. Não tenhais medo". Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

Após multiplicar pães e peixes, Cristo manifesta hoje o seu poder ao andar sobre as águas do mar de Tiberíades. Já havia entardecido, como diz o Evangelista, e os discípulos decidem ir de barco até Cafarnaum; o Senhor, por sua vez, ficara sozinho em terra, orando ao Pai (cf. Mt 22, 23). Sob uma perspectiva mística, a barca dos Apóstolos, sacudida pelas ondas do mar, representa a Igreja de Cristo, que atravessa o lago da história humana em meio às trevas e aos pecados que de todos os lados a envolvem. Cristo, porém, intercedendo sempre por nós como o "grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus" (Hb 4, 14), faz-se presente a todos e cada um dos membros do seu Corpo Místico.

Vivemos, com efeito, rodeados pela escuridão e pelo "sem-sentido" de um mundo que ignora a face de Jesus; mas Ele, vivendo sempre "ad interpellandum pro nobis" (Hb 7, 25), vem ao nosso encontro e diz-nos: "Sou eu. Não tenhais medo". Não há, pois, trevas que ele não possa dissipar; não há golfada d'água, não há vento rijo que lhe possa resistir: "Silêncio! Cala-te!" (Mc 4, 39). À sua palavra, cessam as tempestades, seguem-se grandes bonanças. Não sejamos medrosos; creiamos, com verdadeira fé, que o Senhor anda, vivo e sereno, sobre as agitações que nos inquietam, sobre as tormentas que nos sacodem. — "Sou eu. Não tenhais medo"! É Ele que, triunfante, se faz presente nas tempestades da nossa vida. Renovando hoje a nossa fé em sua presença constante, abandonemo-nos às mãos dAquele a quem até o mar e o vento obedecem (cf. Mc 4, 41).

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