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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 6,12-19)

Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. Vieram para ouvir Jesus e ser curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

Celebramos hoje a Memória devocional do Santíssimo Nome de Maria. A primeira coisa a respeito da qual poderíamos meditar é o significado do nome da Virgem Maria. Mas o fato é que há muita controvérsia com relação à origem dele, ‘Miriam’. Alguns dizem que significa ‘estrela do mar’; outros, ‘mar de amargura’, e as várias hipóteses não cessam de suceder umas às outras. Abra-se qualquer livro de mariologia, e é possível encontrar dez ou mais significados diferentes do nome ‘Maria’!

Mas celebrar o nome de Maria não é celebrar a sua origem etimológica ou o seu significado, porque, afinal de contas, o nome de Maria foi significado por ela, pela pessoa dela.

É interessante notar que o nome ‘Maria’ não era muito honrado no Israel do Antigo Testamento. Quem fora Maria? Maria tinha sido a desastrada irmã de Moisés, a qual, por desobediência, acabou leprosa; portanto, não tinha um nome que se escolhesse para dignificar alguém. Ao contrário, foi Nossa Senhora quem dignificou o nome, ou seja, foi ela quem tornou ‘Maria’ um nome digno de reverência, de forma que, hoje, as próprias leis litúrgicas prescrevem que, quando o celebrante pronuncia o nome dela, deve fazer uma inclinação de cabeça.

Inclinar-se diante do quê? Na verdade, inclinar-se diante de quem? Dela, que é a nossa Mãe rainha. No Antigo Testamento, quando Salomão foi entronizado e sua mãe entrou na sala, ele mandou colocar um trono ao seu lado e se inclinou diante dela. Foi uma profecia — digamos assim — realizada plenamente em Jesus Cristo. Jesus subiu aos céus e foi preparar um lugar para todos nós; mas preparou para a sua Mãe um lugar muito especial, acima de todos os coros angélicos. Afinal, é um lugar para aquela que, cheia de graça, amou mais do que todos.

Maria, assunta ao Céu, foi entronizada rainha do Céu e da terra, razão por que podemos e devemos venerar o seu nome santíssimo. O próprio Jesus venera esse nome. Também os anjos veneram o nome de Maria. Não somente isso: os próprios demônios tremem diante dele.

No Antigo Testamento, no capítulo 3 do Livro do Gênesis, está dito: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela”. Deus não constitui somente amizades, constitui também inimizades, e a inimizade entre Maria e Satanás não podia ser mais absoluta, exatamente porque, embora Maria seja criatura, muitíssimo inferior a Deus, este prefere derrotar Satanás por meio da Virgem. Assim, a confusão e a humilhação do diabo são maiores.

Daí que os exorcistas nos atestem o poder do nome da Virgem Santíssima. Cada vez que o nome dela é pronunciado no exorcismo, o inferno treme, porque a Mãe bendita é a antípoda de Lúcifer: Lúcifer, feito por natureza muitíssimo acima de todos os anjos, por sua soberba está abaixo de todos os demônios; Maria, pequenina serva, humilde, escondida em Nazaré, por sua humildade e por seu amor a Deus foi elevada acima de todos os coros angélicos; ela no alto dos céus, Lúcifer no mais profundo do inferno. É ela quem esmaga a cabeça da serpente.

Que o nome de Maria seja bendito! Que tremam os infernos e glorifiquem os céus o Nome por meio do qual veio a nossa Salvação, o nosso Salvador Jesus Cristo, Deus e Senhor!

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