Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 17-19)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a observar os Mandamentos. No Sermão da Montanha, Ele, que está nos ensinando o caminho da santidade, afirma: “Não penseis que vim abolir as Leis e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento”. 

Jesus quer que nós sigamos os Dez Mandamentos, que estão no Antigo Testamento, para que estejamos em estado de graça. É aquilo que Jesus disse para o jovem rico, que lhe perguntou: “Senhor, o que devo fazer para entrar no Reino dos Céus?” e Cristo, então, dá para ele os Mandamentos.

Se nós observarmos os Dez Mandamentos, buscarmos a confissão com frequência e permanecermos em estado de graça, obteremos uma força interior. Mas se pensarmos que Deus é bondoso com todos, que perdoa facilmente e que basta “amar”, sem necessidade de observar os Mandamentos, não conseguiremos amar verdadeiramente e não estaremos na verdade. Basta ver o que diz São João: “O critério para sabermos que O conhecemos é este: se observamos os seus Mandamentos. Quem diz: “Eu conheço Deus”, mas não observa os seus Mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele” (1 Jo 2, 3-4).

Na sequência dessa passagem, o evangelista diz que Deus é amor. Diante disso, algumas pessoas dirão: “Mas eu conheço Deus. Ele é amor; portanto, não precisamos viver os Mandamentos”. Porém, como é possível conhecer Deus e não observar os Mandamentos? No mesmo capítulo onde São João diz que Deus é amor, ele também fala que, naquele que guarda a Palavra de Cristo, o amor de Deus é plenamente realizado.

Precisamos entender que, se, por um lado, Deus é amor; por outro lado, nós temos um coração de pedra. E como um coração de pedra poderá amar? Arrependendo-se dos seus pecados e confessando-se, para que a graça de Deus, o Espírito Santo, una-nos a Cristo e comecemos a realizar obras de amor.

Percebemos, portanto, o quanto o amor de Deus é realizado plenamente quando observamos os Mandamentos. Quando estamos em estado de graça, o amor de Deus começa a se manifestar e ser plenificado dentro de nós. Como observa São João: “Quem diz que permanece em Deus, deve pessoalmente caminhar como Jesus caminhou” (1 Jo 2, 6). Eis aí o caminho quaresmal. Cristo quer estar com cada um de nós, para que permaneçamos nele e produzamos frutos.