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É inegável a existência dos anjos. O próprio Jesus assim o atestou nos evangelhos, enquanto o Catecismo da Igreja Católica, no número 328, dissipa toda dúvida possível: “A existência dos seres espirituais, não-corporais, que Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição.”

A Revelação já seria suficiente. No entanto, a Igreja houve por bem esclarecer esse tema em diversos documentos. Podemos citar o Concílio de Latrão, cuja definição contra os cátaros e os albigenses fala claramente sobre a existência dos anjos, do mundo espiritual e do mundo material, do angelical e do mundano, afirmando que o ser humano está no meio dessas duas realidades (DH 800).

Os anjos não são forças cósmicas ou realidades alegóricas, metafóricas. São seres pessoais. A Encíclica Humani Generis, do Papa Pio XII, refuta a heresia modernista, simbolizada pela dificuldade que os teólogos liberais têm de aceitar a existência dos anjos: “Alguns também põem em discussão se os anjos são criaturas pessoais e se a matéria difere essencialmente do espírito” (DH 3891). Os anjos são realmente criaturas pessoais, dotadas de inteligência e vontade. Assim, a pergunta que resta é: eles ajudam o homem ou não, protegem-no ou não?

A Tradição da Igreja e os dados fornecidos pela Sagrada Escritura são claros em afirmar que cada homem possui o seu anjo da guarda. O anjo não está somente com o homem, mas também com Deus: “Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 10). Os anjos cuidam dos pequeninos, mas também dos grandes, como nos recorda esta interessantíssima passagem dos Atos:

De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: Levanta-te depressa, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos. O anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me. Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando. Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu. Então Pedro tornou a si e disse: Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus (At 12, 7–11).

Ante essa verdade de fé, por que algumas pessoas ainda têm dificuldades em aceitar a existência e a proteção dos anjos? Porque não conhecem a si mesmas. Há uma grande barreira que impede o homem moderno de distinguir a imaginação da compreensão racional. Para ele, o que não se pode imaginar não pode existir nem ser compreendido. Uma coisa, porém, não implica a outra.

Os anjos são espíritos puros, razão por que eles não podem, ao menos de modo ordinário, ser “experimentados” pelo homem, o que não quer dizer, obviamente, que eles não possam ser conhecidos, compreendidos e cridos.

Eles são também, ao menos no caso dos anjos bons, guardiões dos homens, o que não desmerece nem diminui a proteção de Nosso Senhor Jesus Cristo; antes, pelo contrário, aumenta-lhe a glória, pelo fato de pôr ao lado de cada homem um custódio e executor de sua dulcíssima Providência. Os anjos guardiões, em todo o caso, não são criaturas fofas com asas e auréola, como costumam ser representados pela piedade popular. Não, são criaturas terríveis, segundo as SS. Escrituras. Tanto é assim que a primeira coisa que eles dizem ao se aproximar do homem é: “Não tenhas medo”, porque, embora venham em nosso auxílio da parte de Deus, pertencem a um âmbito da realidade muito mais próximo de Deus e, portanto, muito acima de nossos conceitos e experiências ordinárias.

Os anjos são maiores do que qualquer realidade visível experimentada pelo homem: são tremendos, fascinantes, sábios, inteligentes e presentes. São, poderíamos dizer, uma presença ministerial de Deus ao lado de cada homem, que o inspira a conhecê-lO, a temê-lO e a confiar nele pela proteção de seus emissários celestes. Dizia S. Pio de Pietrelcina que os anjos da guarda são imensamente humildes e só ajudarão o homem após receberem dele o consentimento para tal, e nisso diferem completamente dos demônios, que entram sem ser convidados. É por isso que é preciso rezar a eles todos os dias e pedir-lhes que venham cobrir-nos com sua proteção. Eis uma das grandes maravilhas de Deus, que manifesta o seu cuidado para com os homens também por intermédio dos santos anjos.

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