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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 37-41)

Naquele tempo, enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. O Senhor disse ao fariseu: "Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós".

Celebramos hoje a Memória de Santa Teresa d’Ávila, que nos transmitiu o caminho por ela trilhado até a perfeição cristã. Santa Teresa, de todos os santos da Igreja, é de fato especialíssima exatamente por nos ter dado a conhecer como ela mesma se santificou sem ter, no entanto, bons diretores espirituais à disposição, motivo pelo qual não entendia a princípio se suas visões e experiências místicas provinham de Deus, do demônio ou da própria imaginação, como ela mesma descreve no Livro da Vida.

Terminado, porém, o Livro da Vida, Teresa não havia ainda concluído o processo de santificação. Foi alguns anos depois, após ter uma visão da alma humana, que ela então compreendeu tudo e pôde escrever outro livro, O Castelo Interior, ou Moradas, no qual temos o processo completo, organizado em sete etapas — as Sete Moradas —, que a alma deve percorrer para se unir a Deus.

Ora, ao contrário do que alguns podem pensar, as Moradas não são próprias da espiritualidade carmelita. Na verdade, é um caminho que reflete a estrutura da alma humana, como demonstraram vários teólogos do século XIX e XX que se dedicaram ao estudo da obra de Santa Teresa.

Pois bem, uma das características do caminho de perfeição é o desapego de sinais externos como visões, aparições, sentimentos e consolações, compreendidas como realidades físicas e imperfeitas. Contudo, nós, maus e perversos, vivemos distraídos, cegos ao que Santa Teresa d’Ávila e todos os santos compreenderam: se Deus dá sinais externos, é para nos chamar a atenção à sua presença íntima na alma. Eis o que conduz à perfeição.

Que Santa Teresa d’Ávila interceda para não nos perdermos na travessia das Moradas, mas chegarmos um dia à Sétima, o nosso interior mais íntimo, no qual habita, à nossa espera, a Santíssima Trindade.

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