19. Recapitulação. — Dedicamos as primeiras aulas do curso ao estudo da união hipostática em si mesma. Vimos que se trata de uma união pessoal, e não moral ou acidental (como é o caso, v.gr., da união entre Deus e os justos pela graça santificante), e substancial, não porque em Cristo haja uma só natureza, resultante da fusão entre a divindade e a humanidade, mas porque esta foi verdadeiramente assumida pelo Verbo, permanecendo íntegras e inconfusas ambas as naturezas. Daí que o Magistério da Igreja tenha condenado, nos Concílios de Éfeso e Calcedônia, os erros tanto do nestorianismo como do monofisismo em todas as suas formas: o primeiro, por ensinar que em Cristo há duas pessoas distintas, de modo que Ele não seria realmente Deus, mas um simples teóforo ou um santo de inigualável grandeza; o segundo, ou por diluir a humanidade na divindade, convertendo Cristo em homem aparente, ou por misturar as duas naturezas em uma terceira, negando-lhe com isso a condição de verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
20. A graça de Cristo. — Na presente aula, estudaremos em grandes linhas uma das primeiras consequências que, para a humanidade de Jesus Cristo, implicou essa união...