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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Quem é Jesus?

Jesus foi abandonado pelo Pai?

Assim como na pessoa de Cristo se unem dois extremos tão distantes como as pontas de um infinito, assim também na cruz se uniram dois contrários tão opostos, que só por milagre e especial dispensação poderiam coexistir num mesmo Coração: a suma felicidade de uma alma que, vendo a Deus, superou já as vicissitudes dessa vida, e a suma angústia de um espírito que, ainda peregrino nesse mundo, pode entristecer-se até a morte e merecer, por suas dores, a alegria de que já desfruta por outros títulos.

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52. Viator et comprehensor. — Vimos na parte cristológica do curso que, em virtude da união hipostática, há em Cristo uma dupla ordem de operações e, portanto, de intelecções e volições, sem prejuízo da unidade pessoal do Verbo encarnado: uma segundo a natureza divina, outra segundo a natureza humana. Além disso, os teólogos costumam distinguir na mesma natureza humana de Cristo uma dupla série de operações e, igualmente, de intelecções e volições, por conta do duplo estado em que Ele se encontrava nesta vida mortal, isto é, antes da Ressurreição: uma segundo o estado de compreensor (comprehensor), outra segundo o estado de viandante (viator). É doutrina comum e certa, com efeito, que Nosso Senhor Jesus Cristo vivenciou simultaneamente esse duplo estado, o que S. Tomás de Aquino argumenta com as seguintes considerações:

[…] diz-se que alguém é viandante por tender à bem-aventurança, e compreensor por já tê-la alcançado, como diz S. Paulo: “Correi, pois, de tal maneira que consigais [o prêmio]” (1Cor 9, 24), e: “Persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste” (Fp 3, 15). Ora, a bem-aventurança perfeita do homem consiste na alma e no corpo […]: na alma, quanto àquilo que lhe é...
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