Seguindo o roteiro sugerido nas “Diretrizes para o… Exorcismo” [1], falamos na aula anterior sobre a Providência divina e sobre a beleza comovente que é a bondade de Deus, que tudo provê para o bem daqueles que o amam. Agora, passando ao tema do segundo capítulo, falaremos brevemente sobre a natureza dos anjos e, por consequência, dos demônios. (Para um estudo completo sobre o assunto, veja o nosso curso Anjos e Demônios.)
Criação e natureza dos anjos
Deus criou os anjos fora do tempo. Tempo é a medida do movimento contínuo, das mudanças que ocorrem no mundo material. Os anjos não têm materialidade e, portanto, para eles, não há medida de tempo. Mas isso não significa que eles não sofram mudanças. Significa que a medida dessas mudanças não é o que nós, humanos, entendemos por tempo. Diz-se que os anjos mudam porque, conforme a verdade dogmática, Deus os criou bons, mas um terço deles tornaram-se maus (cf. Ap 12, 4). Fica fora de discussão a ideia maniqueísta de que existe um deus bom e um deus mau, ou a ideia de que Deus tenha decidido criar a maldade. No Gênesis, contemplando a sua criação, Deus viu que “tudo era bom”. Tudo. Inclusive os anjos que ato contínuo...