Há quem pense que as tentações, ações ordinárias dos demônios, são menos importantes, meras trivialidades, e que vale a pena se debruçar, verdadeiramente, sobre as ações extraordinárias, as possessões. Mas é justamente o contrário. A tentação é aquilo que o demônio nos faz de mais grave, de mais nocivo, pois é o que pode, realmente, nos levar para o Inferno.
A possessão, em si mesma, não leva ninguém para o Inferno. Uma pessoa que pecou e está possessa pode, sim, ir para o Inferno. Mas vai porque pecou, e o pecado advém da tentação. E não se trata de opinião. A obra que nos tem servido de itinerário diz, no terceiro capítulo, que trata justamente a ação ordinária do maligno:
A tentação é, justamente, o perigo mais grave e danoso, uma vez que se opõe diretamente ao desígnio salvífico de Deus e à edificação do Reino. Satanás consegue apoderar-se realmente do homem, naquilo que tem de mais íntimo e precioso, quando esse, em um ato livre e pessoal, coloca-se ao seu poder com o pecado [1].
Quem diz isso não é o Padre Paulo. É a Associação Internacional de Exorcistas citando a introdução do Ritual de Exorcismo elaborado pela Conferência Episcopal Italiana. É...