Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 6, 20-26)
Naquele tempo, Jesus, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!
Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas.
Há exatos cem anos, num 13 de setembro como o de hoje, Nossa Senhora aparecia pela quinta vez a três pastorinhos em Fátima, na Cova da Iria. Como a Virgem SS. então prometera, o dogma da fé não há de perecer em Portugal; no entanto, para que este tesouro não desapareça do solo português, ele tem de ser cuidadosamente guardado e protegido. Ora, para que isso aconteça, sobretudo num tempo de crise como o que vivemos, não bastam os milagres e nem mesmo os bons exemplos; é necessário, antes de tudo, que se pregue, com coragem e sem concessões de qualquer espécie, o Evangelho na pureza de sua verdade. Embora em Fátima tenhamos, sim, tanto prodígios — como o de 13 de outubro — quanto o exemplo de sacrifício e oração dos três pastorinhos, a pregação integral da Palavra de Deus é indispensável para que se conservem os dogmas daquela fé, pura e santa, que foi o apanágio do povo português no início do século XX.
Eis porque a Igreja necessita urgentemente de bons pregadores, de sacerdotes e bispos empenhados em fazer luzir no coração do povo cristão a fé recebida dos Apóstolos. É São João Crisóstomo, cuja memória também celebramos hoje, quem nos recorda que, embora o sacerdote tenha a missão de alimentar com a Eucaristia os fiéis que lhe foram confiados e de abrir-lhes os tesouros da misericórdia divina no sacramento da Penitência, nenhuma destas funções trará verdadeiros frutos se não houver corações que creiam e, crendo, se disponham do melhor modo possível às graças que o Senhor nos prodigaliza em seus Santos Mistérios. — Preparando-nos, pois, para receber as indulgências que a Madre Igreja hoje nos concede, imploremos a Nossa Senhora, Rainha do Sacratíssimo Rosário de Fátima, que infunda ânimo a todos os padres e pregadores, de cujas bocas e fidelidade e às verdades do Evangelho dependem em grande medida a conservação da fé e a renovação dos costumes.
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