Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 9, 30-37)
Naquele tempo, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”.
Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que discutíeis pelo caminho?” Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.
Concede-nos hoje a Santa Igreja a possibilidade de celebrarmos a Festa da Sagrada Face de Jesus Cristo, devoção muito associada a S. Teresinha, mas vinculada ainda mais intimamente à mística italiana Maria Pierina (1890–1945), beatificada em maio de 2010 e responsável por popularizar o uso de uma medalha com a imagem do Santo Sudário. A devoção à Sagrada Face de Nosso Senhor não difere substancialmente da devoção à Paixão de Cristo e tem, no fundo, a mesma finalidade que a devoção ao S. Coração: reparar as ofensas contra o amor divino e, de modo particular, as que de tantas formas lançamos ao rosto adorável de Jesus, repetindo assim o mesmo gesto traidor com que Judas O indicou a seus inimigos. É preciso advertir, no entanto, que a necessidade de reparar os pecados, nossos e alheios, não nasce de uma imperfeição da misericórdia divina, como se Deus fora um ressentido, mas das carências do nosso amor. Deus, com efeito, não precisa da nossa reparação, mas nós, sim, temos necessidade dela. Deus pode muito bem nos perdoar, se O procuramos arrependidos; mas nós não nos podemos arrepender deveras e O amar de coração se não sentirmos a urgência de compensar, na medida do possível, os gestos, palavras, ações etc. com que Lhe ferimos a honra e negamos a obediência, a sujeição, o respeito, a reverência, o amor e a piedade a que Ele tem pleno direito. Deus quer, sim, que reparemos os pecados, porque é algo não apenas justo, mas muito conforme ao nosso modo humano de expressar e crescer no amor. Pelo muito que temos ofendido a Nosso Senhor; pelo muito que Ele, neste próximo Carnaval, por certo há de ser ofendido com tantas impurezas, com tantas blasfêmias, com tanta imoderação, com tanto escândalo à juventude, pelo muito, enfim, que temos deixado de amá-lO, reparemos sempre os pecados dos homens, sabendo que a Face amorosíssima de Cristo, se chora pelos ultrajes de que é vítima, chora ainda mais pelo triste fim que espera os que não se arrependem nem querem se arrepender deles.
Nota de Esclarecimento a respeito da Celebração da Missa Votiva da Sagrada Face no Rito Extraordinário
No programa do dia 17 de fevereiro, Padre Paulo Ricardo explicou a história da devoção à Sagrada Face na terça-feira de carnaval. Mas, no calendário do Rito Extraordinário (São Pio V), o dia coincide com a Festa do Apóstolo São Matias.
Portanto, salvo meliore iudicio, não é possível neste ano (2020) celebrar no Rito Extraordinário a Missa da Sagrada Face na terça-feira de carnaval (Feria III infra Hebdomadam Quinquagesimæ).
A Festa de São Matias é celebrada no dia 24 de fevereiro, ou seja, no sexto dia das Calendas de Março. Mas, como 2020 é ano bissexto, o sexto dia das Calendas de Março se repete e São Matias é celebrado no dia 25 de fevereiro.
Quem quiser celebrar a Sagrada Face nesta data, deverá usar o Rito Ordinário (Novus Ordo).
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