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Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 23, 27-32)

Naquele tempo, disse Jesus: “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça.

Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Completai, pois, a medida de vossos pais!”

A Igreja celebra hoje a memória de um de seus maiores doutores, S. Agostinho, com o qual dificilmente poderia ombrear outro santo além do Apóstolo Paulo, doutor das gentes, cujos escritos, luz para os cristãos de todos os tempos, foram canonizados pelo Magistério eclesiástico e inseridos no catálogo das Sagradas Escrituras. À exceção de Paulo, contudo, não há talvez nenhum doutor maior do que Agostinho. Nem mesmo Santo Tomás de Aquino, considerado por unânime aclamação dos romanos pontífices Doutor Comum da Igreja, teve a influência e o peso que teve o bispo de Hipona, e isto não só na história da teologia especulativa e moral, mas inclusive na vida de incontáveis fiéis que, inspirados pelo seu testemunho de conversão, abriram-se à busca da verdade e à ação da graça divina. A vida de Agostinho mostra-nos, com efeito, que o homem, quando jaz no erro e na ignorância, encontra-se como que desfigurado, “in regione dissimilitudinis” (Conf. VII, 10.16), com um coração profundamente inquieto, que não pode ter descanso até repousar na verdade e no amor de Deus. O Senhor, porém, que vê ao longe e não perde de vista nenhum pecador, por mais empedernido que esteja, quer ser encontrado por nós. Por isso, não cessa de atrair-nos de mil modos, dando a cada um as graças atuais suficientes de que precisa para sair da sombra do pecado e entrar na luz de Cristo. Que, a exemplo de S. Agostinho, doutor da graça, possamos reconhecer com sincero arrependimento o quão longe temos estado do Senhor: “Inveni longe me esse a te” (Conf. VII, 10.16), mergulhados em tantas dissipações, pondo o nosso coração em bens e prazeres fugazes, cegos por causa de tantos erros e mentiras, e peçamos a Deus que nos tire das lonjuras do pecado e nos introduza suavemente na intimidade do seu coração de Pai e Amigo.

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