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Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 13-16)

Naquele tempo, disse Jesus: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. Ai de ti, Cafarnaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno. Quem vos escuta a mim escuta; e quem vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”.

A Igreja celebra hoje com grande alegria a memória de S. Benedito de San Fratello, popularmente conhecido como Benedito, o Negro. Nascido em 1524 perto de Messina, cidade italiana no nordeste da Sicília, Benedito, o mais velho de cinco irmãos, era filho de africanos escravizados, trazidos a Itália para trabalhar no campo. Recebeu a liberdade logo após nascer e já desde pequeno se destacou por sua singular piedade. Com cerca de dezoito anos, saiu de casa e, junto com outros companheiros, adotou um estilo de vida eremítico ligado à espiritualidade franciscana. A fama de sua santidade e dos milagres que se lhe atribuíam, porém, tornava quase impossível a vida de total escondimento que ele tanto almejava, devido ao grande número de pessoas que o procuravam à busca de orações, conselhos e ajuda. Por ordem do Papa Pio IV, Benedito se recolhe então ao convento dos franciscanos regulares de Santa Maria de Palermo. Ali, contando já trinta e oito anos e sendo um leigo simples e analfabeto, é encarregado do humilde serviço da cozinha. Mas tal era a sua fama de santo que, em 1578, é eleito, embora muito a contragosto, superior do convento. Benedito, com santa obediência, assume o cargo; anos mais tarde, após a eleição do novo superior, torna-se mestre dos noviços e volta a ser cozinheiro, funções em que pôde salvar muitas vocações e alimentar milagrosamente os pobres e toda a sua comunidade. Sabe-se também, por testemunhos da época, que Benedito foi um homem de intensa vida mística, tendo realizado em público fenômenos verdadeiramente extraordinários como êxtases e levitações. Morreu piedosamente em 1589, aos sessenta e cinco anos. Pouco depois, seu corpo foi encontrado incorrupto e rescendente de um suavíssimo odor de flores, confirmação da santidade singular com que, pela graça de Deus, ele mereceu ser coroado ainda nesta vida. Que o Senhor nos conceda, pois, seguir os passos deste grande santo, a fim de alcançarmos não tanto a maravilha de seus prodígios quanto a beleza e a integridade de suas virtudes. — S. Benedito, o Negro, rogai por nós!

Notas

  • Imagem da homilia: Celso Cristiano Forato/Pascom da Paróquia São Benedito, de Amparo (SP).
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