Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1,29-34)
No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”
Na liturgia antiga, no domingo entre a Oitava do Natal e a Epifania, a Igreja costumava celebrar a festa do Santíssimo Nome de Jesus. Hoje, reduzida à Memória facultativa, essa festa pode ser celebrada no dia 3 de janeiro, e nela se recorda, como já se fazia, o mistério redentor contido no Nome de Jesus Cristo, Deus que salva e concede o perdão dos pecados e o dom da filiação divina.
“Desde já”, exclama o Apóstolo São João na Primeira Leitura de hoje, “somos filhos de Deus”, mas ainda não “se manifestou o que seremos” (1Jo 3,2), porque, embora batizados, trazemos na alma um tesouro cujo valor só veremos plenamente no Céu.
Quando virmos a Deus face a face, nos daremos conta das riquezas infinitas — graças, dons e méritos — que Ele depositou em nossas mãos. Com efeito, uma só graça, por ser de ordem sobrenatural, vale mais do que o bem natural de todo o universo (cf. STh I-II 113, 9 ad 2), de modo que na alma de uma criança recém-batizada há riquezas mais preciosas do que o conjunto das coisas visíveis.
Por isso o mártir está disposto a entregar a própria vida, bem de ordem natural, para não perder a filiação que o une a Deus e lhe dá direito de herdar a glória prometida. — Façamos, pois, render esse tesouro pela correspondência à graça divina e pela obediência aos Mandamentos daquele que, constituído salvador do mundo, nos enriquecerá ainda mais no Céu.
Agradecidos, digamos hoje com São Paulo: “Que ao nome de Jesus todo joelho se dobre nos céus, na terra e no inferno; e que toda língua confesse que o Senhor Jesus Cristo está na glória do Pai” (Fl 2,10s).
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