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O “profeta” dos Sagrados Corações

Precisamos de mais “Joões Eudes” que vejam, abrasados de amor a Jesus, que no fim dos tempos seremos julgados pelo quanto amamos, conhecemos, meditamos e servimos aos mistérios da divina pessoa de Nosso Senhor.

Texto do episódio
01

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 22, 1-14)

Naquele tempo, Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou os seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir.

O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.

O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.

Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.

Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

I. Reflexão

Com grande alegria celebramos hoje a memória de São João Eudes, um santo talvez não muito conhecido, mas a quem muito devemos porque foi ele quem lançou as bases teológicas do culto aos Sagrados Corações. Com efeito, muito antes de Jesus aparecer a Santa Margarida M.ª Alacoque e de Nossa Senhora pedir o culto ao seu Imaculado Coração à Ir. Lúcia e aos pastorinhos de Fátima, São João Eudes já havia preparado um povo bem disposto para essa salutar espiritualidade. Quem foi São João Eudes? João Eudes viveu no século XVII, na região francesa da Normandia, onde nasceria séculos depois Santa Teresinha do Menino Jesus. Desde cedo, João Eudes mostrou uma extraordinária devoção a Jesus e a Maria. Além de um sinal de eleição divina, isso se deve também ao fato de que seus pais eram também extraordinários. O pai, por exemplo, quis ser padre, mas teve de abandonar a formação por causa da peste, que matara boa parte da família. Obrigado pelas circunstâncias a cuidar de seus parentes, ele não pôde seguir o caminho do sacerdócio, mas pelo resto da vida, embora fosse leigo, rezou fielmente o Breviário, rivalizando com a esposa em devoções e práticas espirituais.

O casal, porém, teve dificuldades para engravidar, por isso fizeram uma promessa a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, consagrando-lhe a criança que viria, o que valeu muito a São João Eudes, disposto desde menino às coisas de Deus. Mais tarde, sentindo-se chamado à união com Cristo, começou a comungar com mais frequência. É interessante recordar que, naquela época, já existia a heresia jansenista, para a qual as pessoas, na sua maioria, não eram dignas de receber os sacramentos, razão por que muitos se iam afastando da Eucaristia, recebida uma vez ao ano, por ocasião da Páscoa — se tanto. São João Eudes não. Ele começou a comungar o mais frequentemente possível (não todos os dias, é claro, porque isso era quase impossível naquele tempo). Com esse amor dedicado a Jesus, João Eudes pensou em consagrar a Deus sua virgindade e seguir o caminho do sacerdócio. Tornou-se logo um pregador de enorme popularidade. Ainda seminarista, aliás, foi encarregado de pregar por ninguém menos que o famoso cardeal Bérulle, uma espécie de líder espiritual na França da época.

Mas João Eudes não era apenas popular, ele tinha também uma visão teológica profunda dos mistérios que pregava. Certa vez, numa pregação, ele disse: “Toda a nossa vida consiste em conhecer e amar a divina pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ora, com Jesus nada é pequeno, senão que tudo é grande, imenso, infinito. O mistério de sua divindade, o mistério de sua humanidade e todos os mistérios de sua vida são um abismo de profundidade. Quando Jesus voltar em sua glória para julgar os vivos e os mortos, receberá por fim todo o tributo e toda a glória que os seus mistérios merecem, então seremos julgados por aquilo em que nos houvermos aprofundado ou não, meditado ou não, conhecido ou não, amado ou não acerca deles. Eis o que será o julgamento”. No juízo final, Deus fará justiça, e então se verá às claras o amor infinito que se manifesta nos mistérios de Cristo, especialmente nos de sua humanidade. No juízo final, será dada a Jesus toda a glória que Ele merece, e quem não deu a Ele tempo na meditação, no recolhimento, na oração íntima, esse há de padecer. É belo ouvi-lo de um pregador, sobretudo quando se leva em conta que, naquela época, por causa da heresia jansenista, o tema era chocante para muitos. Por quê? Porque os jansenistas haviam espalhado seus erros pela França. Ora, os jansenistas eram falsos católicos; na verdade, eram mais protestantes do que católicos. Rigoristas, não queriam que ninguém além dos muito santos se aproximasse dos sacramentos nem estimulavam a devoção à santíssima humanidade de Nosso Senhor. São João Eudes, no entanto, apontava sempre para o Coração de Jesus, humano e divino, amoroso e compassivo, fornalha ardente do amor de Deus por nós. 

Grande pregador de missões, João Eudes organizou mais de 110 missões populares, algumas das quais chegavam a durar vários meses. As pessoas vinham aos milhares para ouvir as pregações dele. Muitas delas passavam semanas sob os pórticos, dormindo, à espera do momento de confessar-se com os padres que ali ajudavam. A santidade de vida de São João Eudes comprova-se pela grande eficácia de suas pregações para converter as almas. Apesar disso, ele não se dava por satisfeito. Sabia, afinal, do risco enorme de as conversões ali realizadas serem experiência de momento, “fogo de palha", como se costuma dizer — como os modernos “encontros” em que a pessoa se sente convertida, mas no dia seguinte, à primeira dificuldade ou tentação, já se “descoverte”. Por isso ele dizia: “Precisamos de padres com ciência e com santidade para fazer as pessoas terem uma experiência de conversão mais perene e estável. Se dependesse de mim, iria a Paris, à Universidade de Sorbonne, para gritar: Fogo! Incêndio! Que fogo é esse? É o fogo do inferno a incendiar o mundo! Vinde, senhores doutores da Sorbonne; vinde, senhores bacharéis; vinde, senhores padres, vinde todos os eclesiásticos, vinde apagar esse fogo!”

Com alma de missionário, fundou a Congregação do Sagrado Coração de Jesus e Maria, os chamados eudistas. Fundou também uma instituição para cuidar de mulheres de má vida. Em tudo, porém, buscou alimentar no coração dos fiéis o amor aos Sagrados Corações, adiantando-se assim a uma realidade espiritual que só se conformaria plenamente séculos mais tarde. Por tudo isso, São João Eudes é para nós um grande intercessor. Precisamos de mais “Joões Eudes” que vejam, abrasados de amor a Jesus, que no fim dos tempos seremos julgados pelo quanto amamos, conhecemos, meditamos e servimos aos mistérios da divina pessoa de Nosso Senhor. Quando Ele vier em sua glória, então lhe será dada toda a justiça, todo o tributo que Ele merece. E nós? Seremos confundidos ou admitidos a essa glória?

II. Comentário exegético

Argumento. — Certo rei, por ocasião das núpcias de seu filho, prepara um grande banquete; manda chamar os convidados, mas estes, desprezando as bodas, uns preferem ao banquete os próprios negócios, outros ofendem e matam emissários do rei; executada contra eles uma pena duríssima, o rei manda entrar na sala de bodas a quantos seus servos encontrarem pelo caminho; por fim, repreende e expulsa dali um homem sem o traje adequado.

Descrição da imagem. — Convém notar, antes de tudo, que muitos elementos dessa descrição, embora fundados na verdade, servem não tanto à imagem descrita quanto à doutrina nela escondida, o que, de mais a mais, é frequente nas parábolas do Senhor. 

a) O convite para o banquete (v. 1-6). — Um rei preparou as bodas de seu filho e convidou muitos para o banquete não uma, mas duas vezes; os convidados, no entanto, fizeram pouco caso do convite e foram-se, um para a sua vila (ἀγρόν, i.e. casa de campo), outro para o seu negócio (gr. ἐμπορίαν, i.e. mercado); os restantes, por sua vez, lançaram mão dos servos que o rei enviara para anunciar o convite, ultrajaram-nos e mataram-nos.

Note-se a gravidade da culpa: por um lado, os convidados desprezam o convite do rei, o que para os orientais, fossem pessoas públicas ou privadas, era considerado altamente injuriosos; por outro, ao banquete em comemoração das núpcias do príncipe preferem seus afazeres e ocupações ordinárias. A culpa agrava-se ainda mais pelo fato de tratar-se de uma convocação régia, à qual deviam atender os convidados em sinal de submissão. Chega porém ao extremo, quando ultrajam e assassinam os emissários reais.

b) A indignação do rei (v. 7).O rei, tendo ouvido isto, irou-se com razão e, mandando os seus exércitos, exterminou aqueles homicidas e pôs fogo à sua cidade. Essas ordens tão drásticas, embora não sejam inverossímeis levando-se em conta a imagem (trata-se de um rei oriental, cuja vontade era a lei suprema para os súditos), são postas aqui sobretudo em razão do antítipo. O que o Senhor tem diante dos olhos, com efeito, é a pertinácia dos judeus, que torturaram ou mataram os profetas enviados por Javé e por ele mesmo (cf. Mt 23,34-38), além da destruição e ruína da cidade santa e do povo judeu.

c) Outros são chamados (v. 8ss).Então disse aos servos: As bodas, com efeito, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Jesus passa agora da imagem para o ensinamento moral, pois na parábola está claro que os primeiros convidados faltaram às bodas não porque fossem indignos, mas porque fizeram pouco caso do convite. — Ide pois às encruzilhadas (gr. ἐπὶ τὰς διεξόδους τῶν ὁδῶν) e a quantos encontrardes convidai-os para as núpcias. Os servos partiram dali e reuniram todos os que puderam encontrar, bons e maus (gr. πονηρούς τε καὶ ἀγαθούς), i.e. sem fazer distinção entre uns e outros, ou: quem quer que fossem eles. E ficou cheia de convidados (lt. discumbentium, gr. ἀνακειμένων) a sala das bodas (gr. ὁ γάμος = o conclave nupcial, i.e. o espaço em que se celebravam bodas).

N.B. — Que os servos tenham saído pelos caminhos e reunido indistintamente bons e maus, o Senhor o disse menos pela parábola em si, na qual a atitude deles seria pouco adequada, que para expressar melhor a realidade por ela significada (cf. v. 11ss). Afinal, supõe-se serem dignos todos os que são chamados; do contrário, não faria sentido convidá-los e queixar-se depois de sua ausência.

d) O homem sem veste nupcial (v. 11ss). — Também nesta parte da narrativa há de buscar-se mais a verdade espiritual nela contida que a verossimilhança histórica da imagem. Nesta, com efeito, o homem em questão não teria por que ser repreendido, visto que ele compareceu ao jantar não por vontade própria, mas a mando do rei, tendo vindo da rua, e não de casa, i.e. desprevenido. Além disso, parece tratar-se — notam alguns aa. — de uma veste invisível (ninguém notou a falta dela), mas visível apenas ao rei. Quanto ao antítipo, trata-se da condição ética requerida para que alguém seja membro digno do reino celeste; por isso, segundo todos os Padres, designa-se aqui uma vida pura ou a caridade, ainda que com diferentes nomes.

A fim de explicar melhor a parábola, alguns supõem (de modo gratuito) que foi costume na antiguidade que os próprios reis dessem aos convidados roupas novas e preciosas, para que pudessem apresentar-se com maior dignidade às reuniões. Outros invocam outro costume: “Foi comum outrora e ainda o é hoje nos povos mais bem educados o costume de não ir a cerimônias solenes sem usar vestes especiais, segundo a condição e os recursos de cada um”. Mas a culpa, neste caso, recairia antes sobre os ministros do rei, por terem deixado entrar um homem sem o traje adequado, ou sobre o rei mesmo, por ter mandado chamar todos às pressas.

Doutrina espiritual.a) A maioria dos intérpretes considera essa parábola uma alegoria; de fato, quase todos os elementos dela se fundam mais na história na verossimilhança objetiva dos fatos narrados. A doutrina é a mesma que a da parábola anterior, sobre os vinhateiros assassinos, mas se lhe acrescenta um novo conceito.

Há portanto dois pontos: 1) Cristo ensina abertamente que os judeus, povo outrora chamado e eleito por Deus, não irão obedecer aos repetidos convites a quem entrem no reino messiânico; não só isso: chegarão a tramar a morte dos Apóstolos, de modo que se condenarão ao extermínio e a ver sua cidade destruída pelo fogo. No lugar deles, serão chamadas as nações pagãs, que aceitarão sem tanta resistência o convite Deus.

2) Em segundo lugar, nem todos os que, chamados à Igreja, nela entram serão efetivamente salvos, i.e. dignos das bodas celestes, pois alguns não têm a veste nupcial, como se vê pelo v. 11.

b) Alguns aa. negam que a parábola diga respeito aos gentios e interpretam a alegoria em referência à inversão entre o povo simples e rude, de um lado, e os ricos e emitentes, de outro, quer dizer, os chefes do povo seriam excluídos do reino, enquanto os pobres ou os de condição desprezível e miserável (publicanos, prostitutas etc.) ocupariam o lugar deles. — Aludir-se-ia pois à vocação dos judeus ao reino messiânico, primeiro pelos profetas, depois por João Batista, por Cristo e enfim pelos Apóstolos; à negligência dos israelitas e suas maquinações contra os enviados de Deus; à destruição da cidade de Jerusalém a ferro e fogo pelos romanos; e à ruína do povo judeu.

São muitos os chamados, e poucos os escolhidos (v. 14). — Estas palavras, se referidas à parábola precedente, causam certa dificuldade: de fato, o rei não expulsou muitos das bodas, mas apenas um; o que se deveria esperar, portanto, seria: “Muitos são os chamados, e poucos os expulsos”. Para resolver o problema,

a) alguns, como Santo Agostinho, São Jerônimo, São Gregório Magno etc., pensam que aquele único que foi expulso representaria todos os réprobos, muito mais numerosos que os eleitos (mas nada no texto sugere tal leitura); — b) outros, como Maldonado, Vosté, Innitzer, Prat etc., referem essa conclusão não às palavras imediatamente precedentes, mas à parábola como um todo, na qual muitos foram os chamados, e poucos os que foram, e, mesmo entre estes, nem todos foram escolhidos (o problema é que o número de pobres etc. recebidos na sala nupcial parece ser o mesmo, senão maior, que o dos primeiros convidados: afinal, ela ficou cheia, cf. 10); — c) talvez o Senhor tenha querido ilustrar com somente um exemplo, ou por certa analogia externa com a parábola, a ideia de que não é suficiente ser chamado, uma vez que muitos chamados são rejeitados.

O sentido do v. 14, por conseguinte, é múltiplo: 1) Os convidados (gr. κλητοί, cf. v. 3s.8s) pela minha pregação e pela de João Batista são muitos (todos), mas poucos são os que a acolhem; noutras palavras, muitos israleitas (todos) foram chamados, mas poucos se tornaram partícipes do reino (cf. Rm 11,5). — 2) Muitos aceitam o convite (κλητός em sentido passivo), mas poucos entre eles se tornam dignos dela. — 3) Muitos se tornam seguidores do Evangelho (i.e. membros da Igreja), mas poucos entre eles alcançam a eterna salvação. Essa última interpretação é pouco provável; a segunda é boa, se se considera o v. 14 como parte ou explicação da parábola; a primeira parece a melhor. O mais conveniente, em todo o caso, é não buscar com excessiva diligência o significado de expressões deliberadamente vagas e imprecisas.

Comentário espiritual: São muitos os chamados, e poucos os escolhidos porque foram rejeitados todos os primeiros que, apesar de convidados, não quiseram ir às bodas, a saber: todos os judeus incrédulos em Cristo, aos quais se refere propriamente esta parábola, como também as anteriores (cc. 21–22). Ora, foi rejeitado um dos convidados que foram às bodas porque entrou sem ter a veste nupcial, e este representa todos os fiéis ímpios. Com efeito, dado que Cristo não pretendia aqui significá-los propriamente, por isso lhe basta indicar de passagem, por meio deste único, que nem todos os que vierem às bodas, ou que crerem em Cristo, hão de salvar-se, mas somente aqueles que adornarem a fé com a veste nupcial, i.e. com a caridade e as boas obras; os demais, porém, hão de ser rejeitados. Assim o interpreta a Glosa, Maldonado e outros. Esta sentença de Cristo deve suscitar em cada um de nós um grande temor: de fato, ninguém sabe se é do número dos eleitos ou dos réprobos. Todos pois devem esforçar-se para tornar certa sua eleição e vocação por meio de boas obras, como adverte São Pedro.

São Gregório dá como exemplo disto (cf. Hom. 38) três tias suas. A primeira delas, chamada Tarsila, como vivesse em santa virgindade, foi chamada ao céu por seu avô, São Félix, já beato, que lhe disse: ‘Vem, porque te quero acolher nesta mansão de luz’. Ela, ao olhar para o alto, viu Jesus e então clamou para os circunstantes: ‘Afastai-vos, afastai-vos! Eis que Jesus se aproxima!’, e a ele entregou o espírito para ser feliz da vida eterna. A segunda, de nome Emiliana, foi chamada ao céu por sua irmã Tarsila na festa da Epifania. Preocupada porém com a sorte da terceira irmã, Gordiana, perguntou à outra: ‘A quem confiarei Gordiana?’, mas Tarsila respondeu-lhe de semblante triste: ‘Vem, pois Gordiana está agora entre leigos’. Ela, com efeito, tinha-se esquecido de sua consagração virginal, de sua honra e pudor, e preferiu receber como recompensa um marido. Refere ainda [São Gregório] outro exemplo, o de um monge que vivera irreligiosamente e, às portas da morte, foi entregue a um dragão para ser devorado; mas, liberto pelas preces dos irmãos, converteu-se, fez digna penitência e por isso mereceu ser contado entre os eleitos” (a Lapide, In Matt. 22,14).

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