Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 14-15)
Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?”
Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.
Em memória do jejum que durante quarenta dias guardou Cristo no deserto, e como forma de nos associar às privações e sofrimentos que Ele suportou pela nossa salvação, a Igreja nos chama a fazer desta, que é a primeira, e de todas as sextas-feiras da Quaresma dias de especial mortificação. Como sabemos, os fiéis adultos estamos obrigados por lei canônica à abstinência de carne todas as sextas-feiras do ano. Não é este o lugar de explicar o sentido e o alcance desta norma. Quem quiser conhecer a atual legislação referente ao quarto mandamento da Igreja pode assistir à Resposta Católica n. 257. O que importa sublinhar aqui é a conveniência de acrescentarmos à penitência das sextas, à qual já estamos obrigados ao longo do ano, alguma outra prática de mortificação. Embora a Igreja não tenha prescrito de que natureza deve ser ela, é muito salutar recuperar o costume, normativo até 1983, de juntar à abstinência de carne a prática do jejum, que nada mais é do que tomar uma única refeição completa até a saciedade e outras duas extremamente moderadas, a ponto de, juntas, não somarem uma refeição completa. Não se trata, repita-se, de um norma, mas de um detalhe de generosidade que agrada muito o Coração de Cristo e ajuda a tomarmos as rédeas do nosso corpo, sempre tão rebelde, submetendo-o ao domínio da alma, a fim de submetermos esta ao de Deus. Levemos a sério o dever de penitência que semanalmente nos obriga, e peçamos ao Senhor a graça de o cumprirmos nesta Quaresma, não só no essencial e necessário, mas com generosidade e super-rogação, oferecendo-lhe pela abstinência e pelo jejum os nossos apetites e, por uma oração mais fervente, a completa sujeição do nosso ser.
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