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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Neste início de Advento, queremos apresentar aos nossos alunos um texto de São João da Cruz, a famosa Oração da alma enamorada, que esse santo carmelita costumava ensinar às suas dirigidas espirituais. Trata-se de uma oração que se encontra entre as suas Obras Menores, estas compostas por pequenas notas ou bilhetinhos, os chamados Ditos de luz e de amor.

A Oração da alma enamorada é o dito número 26. Tal é a sua importância que São João da Cruz a copiou e distribuiu inúmeras vezes. Apesar de muito densa, essa oração apresenta uma realidade da vida cristã importantíssima, uma vez que sintetiza toda a espiritualidade de seu autor, a qual serviu de base para o desenvolvimento da “pequena via” de Santa Teresinha.

Ademais, as súplicas da Oração da alma enamorada cabem perfeitamente para o tempo do Advento, que é o período litúrgico em que meditamos sobre a vinda de Jesus. A oração fala desse desejo de união com Deus.

Para facilitar a meditação sobre esses escritos de São João da Cruz, precisamos, antes, apresentar uma introdução à linguagem da oração, uma vez que foi escrita em um espanhol do século 16.

A Oração da alma enamorada é a do Cântico dos Cânticos, ou seja, é uma declaração de amor da esposa que deseja se unir ao seu esposo. Amar de verdade é, além de desejar o bem, querer unir-se à pessoa amada. Para que isso ocorra em nossos corações, precisamos do auxílio do Espírito Santo, a fim de que Ele crie as disposições interiores e alargue nosso coração para Deus. A Virgem Maria é nosso grande modelo porque, cheia da graça do Espírito Santo, foi quem se uniu perfeitamente a Deus.

São João da Cruz inicia sua oração partindo de nossa humanidade decaída, do nada do pecado, até chegar às obras e, finalmente, ao tudo de Cristo. A alma enamorada sabe que possui tudo porque possui Jesus, como canta no n. 6: “Não me tirarás, Deus meu, o que uma vez me deste em teu único Filho, Jesus Cristo, em quem me deste tudo quanto quero; por isso confio que não tardarás, se espero”.

Consciente de que Jesus é o máximo que podemos ter, São João da Cruz incita-nos a desprezar aquelas coisas que, por conta do pecado, ficamos desejando. Ele nos encaminha de volta para o Amado.

Assim, a ideia por trás da oração é, por um lado, uma súplica para que Deus venha logo fazer morada em nós e, por outro, uma exortação à alma para que ame verdadeiramente o seu esposo.

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