Vimos na primeira aula que o ser humano é, segundo São Paulo, “corpo”, “alma” e “espírito”. Esse “espírito” corresponde em certa medida àquilo que Santa Teresa chama de “castelo interior”, ou seja, o campo de ação da graça de Deus, no qual entramos quando, escutando o convite divino e deixando-nos conduzir por Seu auxílio, nos arrependemos dos nossos pecados e recebemos o sacramento do Batismo, ou a absolvição na Confissão, por meio dos quais nos é infundida a graça santificante.
Quem se digna, pois, a fazer um bom exame de consciência, colocando-se humildemente na presença de Deus para diante d’Ele confessar a própria miséria, é favorecido de muitas graças, e o próprio Senhor lhe revela a jóia mais preciosa da natureza humana: a nossa imagem e semelhança com Deus. Por isso Santa Teresa considerava lastimável a ignorância desses assuntos, pois deles depende a nossa entrada no Castelo.
Ao entrar nas primeiras moradas, a alma vê uma luz radiante, que ilumina todo o ambiente. Mas como os olhos que se voltam para o sol, essa alma tem muita dificuldade para enxergar corretamente as coisas, e não percebe toda a maravilha daquele lugar. Além disso, as feras que trouxe...