Vamos fazer agora um breve resumo de tudo quanto já vimos para enxergarmos como cada peça se encaixa e tem coerência no edifício da vida espiritual. Esse passo é necessário antes de avançarmos para o próximo tema. Recordemos, pois, que o ser humano possui, como diz São Paulo, um “corpo”, uma “alma” e um “espírito”. Em outras palavras, nós somos corpo e alma, mas não só, pois todos nós temos no centro de nossas almas o “espírito”, que é como que o “lugar” onde Deus age com sua graça. Naqueles que vivem em pecado mortal, há a graça suficiente que os convida à conversão; enquanto que, naqueles que vivem em estado de graça, há todo um organismo sobrenatural, um tesouro inestimável que os une a Deus.
A entrada nas primeiras moradas depende da infusão da graça santificante e preservação do organismo espiritual, razão pela qual precisamos evitar a todo custo os pecados mortais, ou seja, aquelas faltas que atentam gravemente contra os Mandamentos. À pergunta do jovem rico sobre o que é necessário para entrar no Reino dos Céus, Jesus responde: “Se queres entrar na vida, observa os mandamentos” (Mt 19, 17). Não há, portanto, motivo para duvidar da extrema gravidade dos pecados...