Em outros tempos, a maior parte dos cristãos estaria nas terceiras moradas. E é em razão disso que temos, sim, de insistir na necessidade de uma vida interior, por um lado, regada de atos de fé e, por outro, de exercícios de ascese para a purificação dos sentidos. Com isso, os obstáculos à ação da graça deverão ser afastados e Deus mesmo nos levará às quartas moradas, onde estaremos livres de todo apego do mundo.
As terceiras moradas são como uma fornalha para as nossas imperfeições. Vivida com espírito ascético, elas nos fortalecem no combate aos pecados veniais e às imperfeições. Nessa perspectiva, a Igreja sempre recomendou a todos os cristãos, leigos ou religiosos, a vivência dos três conselhos evangélicos: a pobreza, a obediência e a castidade. Apesar de não fazerem votos, os leigos não só podem como devem viver esses conselhos em espírito, caso desejem passar para a idade dos progredidos. Os conselhos evangélicos são necessários para colocarmos em ordem a bagunça das nossas paixões, provocada pelas inclinações do pecado original. A pobreza nos desapega das coisas materiais, a castidade nos previne contra os maus afetos e a obediência nos liberta da vontade...