Queremos agora, na reta final deste retiro, fazer uma meditação sobre o capítulo 4 do Evangelho de São João, que narra o encontro entre Cristo e a samaritana, no poço de Jacó. Essa meditação é importante porque, a partir dela, podemos colher os frutos de tudo aquilo que foi objeto de nossa análise e oração, ao longo destas pregações. De início, a primeira observação seria esta: vemos Nosso Senhor Jesus, a fonte de água viva, cansado e com sede. O evangelista diz assim: “E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia”. Em seguida, o mesmo Evangelho cita que Jesus pediu água àquela mulher.
O cansaço de Cristo espanta-nos. Todavia, o Senhor do Céu e da Terra, do qual provêm todas as coisas, visíveis e invisíveis, dignou-se fazer-se homem como nós para padecer das nossas mesmas limitações. Mais ainda: Ele se fez vulnerável e necessitado de nós. E isso parece inacreditável porque entre o Criador e a criatura há um abismo insondável, que supera infinitamente a distância astronômica entre o Sol e a estrela mais longe da nossa Via Láctea. Mas, nesse enorme universo, onde somos apenas um ridículo corpúsculo, Deus não somente nos deu a vida e o...