As virtudes morais adquiridas e as virtudes morais infusas são, como vimos na pregação passada, dois instrumentos distintos e, ao mesmo tempo, parceiros para a santificação da alma. De um lado, pessoas de boa vontade podem, por meio de exercícios repetitivos e constantes, adquirir um hábito virtuoso, que lhes comunique uma facilidade para resistir ao mal e fazer o bem; do outro, as pessoas batizadas, além das virtudes morais adquiridas, têm também o auxílio da graça divina e das chamadas virtudes infusas, que têm uma formalidade espiritual.
As virtudes morais infusas são acompanhadas pela graça e pela caridade. Desse modo, elas têm um objeto formal sobrenatural. Quem age pelas virtudes morais infusas não está procurando um bem perecível, mas o Sumo Bem, o amor encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo. Vimos isso na realidade matrimonial, pela qual homem e mulher se amam segundo o amor de Cristo pela Igreja. Do mesmo modo, essas virtudes se relacionam com os demais conselhos evangélicos, tornando-os um desejo do espírito para a união mística com Deus. São Francisco, por exemplo, viveu a pobreza de modo tão radical que, segundo Tomás de Celano, nunca houve um homem que...