A cristologia contemporânea, afastando-se da tradicional abordagem escolástica, costuma encarar a pessoa de Jesus Cristo, não já sob a ótica do mistério da Redenção do gênero humano, mas da mera antropologia, muitas vezes tributária de um antropocentrismo algo eclético e de todo alheio ao espírito do cristianismo. Várias correntes teológicas atuais, com efeito, seduzidas pelos modismos intelectuais que vez por outra se expõem nas vitrines da psicologia e da crítica histórica, querem ver na pessoa de Nosso Senhor não mais o Salvador que, sendo Ele mesmo Deus feito carne (cf. Jo 1, 1-14), nos manifesta e revela por suas obras e ensinamentos o mistério do próprio Deus — seu projeto de salvação, o sentido profundo de seus mandamentos, a comunhão de amor que se respira e expande na vida íntima da Trindade etc. —, mas um homem entre outros tantos, ou talvez um "pouco" melhor do que o comum deles. Em resumo: partem de uma visão de tal forma incompleta e tacanha do ser humano que o Cristo nela inspirado é tão ou até mais incompleto e estranho à maravilhosa personalidade que vemos nos quatro evangelhos.
Isto não quer dizer, é óbvio, que toda cristologia moderna se deva taxar de...