Os atos humanos, como vimos na aula anterior, são especificados pelo fim que têm em vista. Serão considerados moralmente bons quando, além de suporem a bondade do seu objeto, estiverem ordenados a uma finalidade igualmente boa; maus, pelo contrário, se ou o objeto ou a intenção visada não puderem conformar-se às exigências da lei natural. Ora, dado que Deus, ao criar o homem, não pode ordená-lo a um fim mais excelente do que Ele próprio, segue-se que, mesmo na ordem natural, o fim ao qual devem orientar-se todas as nossas ações não pode ser outro senão o próprio Deus [1]. A vida humana, porém, não se limita a ser naturalmente honesta; antes, pelo contrário, foi elevada a um fim mais nobre, a saber: participar da eterna bem-aventurança que Deus tem reservada, na glória do Céu, àqueles que O amam (cf. 1Cor 2, 9). Por isso, o homem é chamado, já nesta vida, a transcender os limites de uma mera perfeição natural e, com o auxílio da graça divina, ser perfeito, assim como o nosso Pai celeste é perfeito (cf. Mt 5, 48).
Essa perfeição, lembra-nos o Apóstolo, consiste sobretudo na caridade cristã: "Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição" (Col...