Nesta aula, estudaremos o último dos quatro temperamentos: o colérico, dotado de qualidades excelentes, mas que, se não forem bem disciplinadas pelo exercício das virtudes, podem converter-se em grandes obstáculos à santidade. O colérico, com efeito, é por sua própria compleição um temperamento rijo, talentoso; é como um cavalo de boa raça, forte e cheio de energia, mas que necessita de uma alma treinada, capaz de domar-lhe o vigor natural.
Lembremos que esse tipo de classificação não busca “engaiolar” as pessoas em tipos fechados e estanques. O objetivo da tipologia clássica, a serviço da espiritualidade cristã, é permitir-nos identificar o nosso defeito dominante, esse verme roedor sem cuja erradicação será muito difícil, para não dizer impossível, adquirir virtudes e progredir, cooperando com a graça divina, na vida de santidade. Os temperamentos, tenhamos sempre em mente, são objeto de um conhecimento humilde, referente às nossas predisposições biológicas e, portanto, às capacidades e dificuldades de origem orgânica com que naturalmente iremos topar em nossa caminhada rumo ao céu.
Pois bem, dos quatro temperamentos, o colérico é o único que responde sim às...