Abordaremos na presente aula os temperamentos em sua condição concreta, isto é, enquanto afetados pelas consequências do pecado original. Esta abordagem se justifica pela necessidade de estudarmos os temperamentos do ângulo de uma antropologia completa, que leve em consideração a natureza humana, não em abstrato nem segundo um modelo ideal, mas em sua condição real, tal como a encontramos e vivemos no dia a dia.
Aqui, é preciso lembrar uma vez mais que a nossa finalidade neste mundo é a santificação, que nada mais é do que unir-se a Jesus Cristo pela caridade sobrenatural; e o conhecimento que do nosso temperamento se pode ter, enquanto suporte fisiológico inato, não é mais do que um dos muitos meios que nos podem ajudar a alcançar essa meta.
E o que a experiência, iluminada pela fé, nos ensina é que todos nós, tenhamos um ou outro temperamento, possuímos desordens afetivas muito profundas. Deveria reinar em nós uma perfeita harmonia, de modo que o corpo, com todo o mundo riquíssimo de suas paixões, estivesse submetido à alma e esta, por sua vez, estivesse sempre sujeita à lei de Deus.
No entanto, herdeiros por geração natural de uma humanidade...