Vale a pena recordar, uma vez mais, o objetivo deste curso. Não é nossa intenção descrever, com minúcia de detalhes, os quatro temperamentos. Isto, qualquer leitor o pode encontrar facilmente nos bons tratadistas. O que queremos aqui é mostrar como o conhecimento do próprio temperamento, embora humilde e quase “secundário” para a vida espiritual, pode ser-nos de grande ajuda no caminho da santidade.
A razão disto, já a explicamos nas últimas aulas: se sabemos qual é o nosso temperamento, estamos em melhores condições para nos aproveitar de suas boas disposições e, ao mesmo tempo, para corrigir a sua paixão dominante. É verdade, sim, que “somos o que somos”, mas isso não implica que estejamos encarcerados no nosso temperamento. Com virtude e o auxílio da graça, podemos transformá-lo e fazê-lo servir a este grande projeto de amor que é a perfeição cristã.
Pois bem, na presente aula nos ocuparemos de um temperamento afim ao fleumático, mas dele distinto em aspectos bastante relevantes: o melancólico. Como visto anteriormente, já sabemos que o que caracteriza o melancólico, assim como o fleumático, é a sua baixa excitabilidade, uma quase “indiferença” aos estímulos...