No final da última aula, insistimos na importância de conhecer o próprio temperamento com franqueza e humildade, virtudes sem as quais é praticamente impossível crescer na vida de santidade, que, como visto na introdução, é o fim único que estamos chamados a realizar nesta vida. Sem humildade, com efeito, torna-se muito difícil identificar o próprio temperamento e aceitar, com simplicidade de coração, as limitações naturais que todos possuímos. Por isso, o que este curso se propõe, mais do que oferecer uma descrição completa dos quatro temperamentos — coisa que se pode encontrar em muitíssimos livros de fácil acesso —, é mostrar como se encaixa neste grande projeto que é a perfeição cristã o conhecimento do próprio temperamento.
Nesta aula, de modo particular, falaremos, a partir da lição do Pe. R. Garrigou-Lagrange, de um tema intimamente vinculado a esta questão, a saber: o defeito ou paixão dominante.
Entendemos por defeito dominante aquela imperfeição ou inclinação desordenada que em cada indivíduo tende a prevalecer sobre todas as outras e, por conseguinte, se manifesta em nossa maneira ordinária de sentir, opinar, julgar, simpatizar, querer e...